Análise Curiosa: McRib e a Performance do Bitcoin
O mercado financeiro apresenta correlações que, por vezes, parecem ilógicas. Exemplos como a relação entre o sucesso de times da NFC no Super Bowl e o desempenho de ações americanas, ou o aumento das vendas de batons em períodos de crise econômica, ilustram essa complexidade.
Uma correlação particularmente peculiar envolve o lanche do McDonald’s McRib e a performance da criptomoeda Bitcoin (BTC).
Existe uma teoria que associa a reestreia do McRib nos restaurantes dos Estados Unidos a um ciclo de alta no preço da maior criptomoeda. O sanduíche de churrasco, introduzido em 1981 e geralmente de caráter temporário no cardápio da rede de fast food, gera um interesse tão grande que resulta em um localizador online e recomendações de contato nas unidades para verificar a disponibilidade.
Ao longo de vários anos, a reestreia do McRib tem sido associada a períodos de valorização do Bitcoin. Esse padrão se repetiu em 2017, 2020 e 2021.
Em 2024, com o anúncio da volta do lanche, o Bitcoin atingiu, pela primeira vez, a marca de US$ 100 mil. No entanto, o desempenho do mercado de ativos digitais não acompanhou o otimismo inicial, com a criptomoeda apresentando uma desvalorização de 4% desde a reestreia.
Apesar do Bitcoin ser o ativo central da teoria, há também a hipótese de que o S&P 500 siga a mesma correlação. O índice americano registrou uma valorização tímida, de 0,17%, desde a terça-feira (11). É importante ressaltar que esses movimentos são coincidências que viralizaram na internet.
Não se trata de um “sinal mágico” que indique um aumento nos ativos, e não há fundamentos que sustentem essa teoria. O padrão chama a atenção e diverte nas redes sociais. Mesmo frequente, a correlação não é sólida.
Em 2018 e 2022, a reestreia do McRib coincidiu com quedas bruscas no preço do Bitcoin para US$ 3.250 e US$ 15.500, respectivamente.
Os efeitos do “indicador McRib” ainda podem ser vistos na performance do Bitcoin nos próximos dias. No entanto, a criptomoeda parece estar “quebrando” algumas tradições de alta neste ano.
No mês passado, o BTC contrariou o padrão de valorização da “Uptober”, apelido dado ao mês de outubro por historicamente marcar disparadas no mercado cripto. O desempenho foi fraco: mesmo após bater a máxima histórica de US$ 126 mil, encerrou o mês com uma queda de 6%, que representa a pior performance para o período desde 2018.
E o começo de novembro também tem sido desafiador para a criptomoeda. Desde o início do mês, o bitcoin já desvalorizou 7% – resta acompanhar o mercado para saber se o McRib vai ser capaz de virar os ânimos dos investidores.
