Valorização de Ações e o Impacto da Inteligência Artificial
O mercado de ações, especialmente o norte-americano, apresenta um ciclo de valorização incomum, impulsionado pela euforia em torno da inteligência artificial (IA). A questão central é se estamos diante de uma bolha de IA. Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, argumenta que os preços estão inflados, mas não necessariamente indicam uma bolha iminente.
O principal problema reside na alta concentração do mercado, com cerca de 30% do S&P 500 composto pelas sete maiores empresas de tecnologia dos EUA.
A diferença fundamental entre a valorização atual, relacionada à IA, e a bolha da internet dos anos 90 reside nos fundamentos das empresas. Na época da crise pontocom, a Cisco negociava 100 vezes o lucro, enquanto a Nvidia hoje negocia a 30 vezes o lucro, com expectativa de queda para 25 no próximo ano.
As grandes empresas de tecnologia atuais são sólidas, entregam resultados e possuem fluxo de caixa saudável, algo que não se via na época da bolha pontocom.
Outro ponto crucial é o uso prático da tecnologia. Na década de 90, a internet era restrita a um público seleto, sem ampla penetração na população comum. Hoje, as maiores empresas do mundo, as “big techs”, possuem produtos com uso amplamente conhecido por empresas e pessoas físicas.
Essa compreensão do potencial da IA é um fator determinante na valorização do mercado.
Conclusão
Apesar do mercado estar caro, os especialistas descartam um colapso sistêmico. Embora o preço sobre lucro (P/L) esteja mais alto do que a média dos últimos cinco ou dez anos, Paula Zogbi não vê um potencial de estouro de uma crise. No entanto, Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, considera que não é um patamar atrativo para “entrar de cabeça com tudo na bolsa norte-americana”.
