Mercado Financeiro Brasileiro: Renda Fixa e Crédito Corporativo em Ascensão

Mercado financeiro brasileiro registra mudanças: investimento em CDBs e crédito corporativo dispara. Busca por retornos atrativos supera poupança.

22/12/2025 14:40

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(Imagem de reprodução da internet).

Mudanças no Mercado Financeiro Brasileiro

O mercado financeiro e de capitais no Brasil passou por transformações significativas nos últimos anos. O aumento do investimento em bolsa de valores e ativos alternativos, como as criptomoedas, coexistiu com a persistência do favoritismo do brasileiro pela renda fixa, embora com mudanças importantes.

Em uma década, a caderneta de poupança perdeu espaço como principal destino do investidor pessoa física.

Instrumentos Bancários em Ascensão

Instrumentos bancários, como CDBs, LCIs e LCAs, compartilharam espaço com fundos de renda fixa e crédito privado corporativo. Essa evolução se refletiu em um crescimento notável do crédito corporativo, atingindo um estoque de R$ 1,9 trilhão, cinco vezes maior do que o registrado há dez anos, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 18%, acelerando para 25% nos últimos cinco anos.

A Evolução do Crédito Corporativo

Essa transformação do mercado financeiro se deve a uma mudança estrutural, com empresas substituindo o financiamento via sistema bancário por dívida corporativa, enquanto os investidores buscam alternativas à baixa rentabilidade da poupança. Em 2025, a alocação direta em crédito corporativo pelo investidor pessoa física cresceu para 5,7% do patrimônio líquido (excluindo previdência).

Dados Relevantes sobre Ativos

Atualmente, as pessoas físicas detêm R$ 153 bilhões em debêntures, com 65% incentivadas (isentos de IR), R$ 228 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA). Os analistas do BTG observam que essa migração se deve à busca por retornos mais atrativos e isenção de IR, substituindo a poupança.

Crescimento da Indústria de Renda Fixa

Em outubro de 2025, o percentual de alocação em ativos como CDBs, RDBs e Letras Financeiras, e em LCAs, LCIs e LIGs, era maior do que a posição em poupança. A posição em poupança era de 14,1%, enquanto em CDB e afins era de 18,3% e em LCAs e afins era de 16,3%.

Para efeito comparativo, em dezembro de 2016, essas posições eram de 29%, 8,2% e 15,6%, respectivamente.

O Papel dos Fundos de Renda Fixa

A indústria de fundos de renda fixa também foi um motor importante dessa transformação, com um patrimônio líquido que cresceu de R$ 1,4 trilhão em 2015 para R$ 4,4 trilhões atualmente. Dentro desse universo, os fundos dedicados a crédito privado ampliaram sua relevância, com a alocação média em debêntures passando de 3,3% do PL em 2015 para 7% em 2025.

Crescimento do Mercado de Capitais

Com o estoque atual de R$ 1,9 trilhão e emissões anuais acima de R$ 600 bilhões, o mercado deve continuar crescendo, sustentado por dívidas de prazos mais longos, maior liquidez nas negociações e demanda estrutural por fundos de renda fixa, especialmente os de infraestrutura.

Perspectivas Futuras

A dinâmica atual sugere uma consolidação ainda maior como fonte de financiamento corporativo, com o aumento da alocação em ativos como debêntures incentivadas, CRI, CRA e outros, impulsionada pelo crescimento das plataformas digitais e pela necessidade de financiamento para grandes projetos.

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