Mercado Financeiro Resiste: Paralisação no Governo dos EUA Surpreende

Governo EUA em paralisação: impacto no mercado financeiro surpreende. Paralisação atinge 36 dias com prejuízos, mas S&P 500 sobe. Analistas alertam para incerteza, mas IA impulsiona ganhos

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(Imagem de reprodução da internet).

Paralisação no Governo dos EUA e Impacto no Mercado Financeiro

Donald Trump quebrou um novo recorde, um dos que nenhum presidente gostaria de ver em seu currículo: os Estados Unidos. Em 5 de outubro, o governo norte-americano completa 36 dias de paralisação, resultado de uma troca de acusações entre republicanos e democratas sobre o impasse político.

Os prejuízos são consideráveis, com funcionários federais sem salário, a economia operando com restrições e a assistência alimentar aos mais vulneráveis interrompida. No entanto, a bolsa de Nova York não demonstra sinais de impacto significativo.

Impacto no Mercado Financeiro

Apesar da paralisação, o S&P 500 acumulou alta de 2%, o Nasdaq avançou 2,61% e o Dow Jones subiu 1,4% desde que o governo perdeu a autorização para gastar. Em termos de um ano, os ganhos são ainda maiores: 18,5%, 28,4% e 12,7%, respectivamente. Essa dinâmica contrasta com o cenário de incerteza política.

Análise de Especialistas

Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, explica que outubro foi marcado por uma divergência nos índices norte-americanos, impulsionada pelo interesse em inteligência artificial (IA), especialmente nas grandes empresas de tecnologia. A Alphabet (controladora do Google) apresentou valorização de 30% no mês passado, enquanto a Nvidia subiu 10%.

Andrew Foran, da TD Economics, ressalta que, em paralisações anteriores, os mercados de ações podem cair inicialmente, mas se recuperam posteriormente.

Tendências e Vencedores

Pacheco destaca que a temporada de balanços nos EUA mostra uma diferença nos hábitos de consumo do norte-americano: a alta renda continua forte, enquanto a baixa renda, afetada pela paralisação, consome menos. As maiores empresas do mundo, ligadas à IA, são consideradas vencedoras, pois são mais rentáveis e podem atuar como amortecedores para o mercado.

Essas empresas respondem por 30% do peso do S&P 500, e mesmo que outras sofram, o índice pode ter uma performance positiva. Pacheco reforça que o final do ano é sazonalmente favorável para as bolsas dos EUA.

Impacto no Dólar

A história mostra que o dólar apresentou uma reação levemente negativa durante as paralisações de outubro de 2013 e dezembro de 2018. Após esses períodos, a moeda norte-americana se desvalorizou moderadamente e permaneceu abaixo do valor pré-paralisação por algum tempo.

No entanto, o Federal Reserve (Fed) realizou cortes de juros na última quarta-feira, o que pode aumentar a volatilidade nos mercados de câmbio durante a paralisação. O dólar atingiu uma nova máxima em quatro meses em relação ao euro, e o euro caiu pela quinta sessão consecutiva.

O dólar à vista subiu 0,77% ontem, cotado a R$ 5,3989. No ano, a moeda norte-americana acumula baixa de 6,7%.

Conclusão

Apesar da paralisação no governo dos EUA, alguns setores e empresas do mercado financeiro têm se mostrado resilientes, impulsionados por fatores externos e tendências específicas, como o interesse em inteligência artificial. A situação política continua incerta, mas o mercado demonstra uma capacidade de se adaptar e encontrar oportunidades, mesmo em momentos de crise.

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