Mercado Livre investe em farmácias via marketplace, desafiando legislação brasileira
Mercado Livre busca expandir atuação no Brasil, buscando autorização para operar no segmento proibido pela legislação nacional.

Mercado Livre Busca Posicionar-se no Setor Farmacêutico
A entrada do Mercado Livre (MELI34) no segmento farmacêutico tem gerado discussões e análises. Em meio às dúvidas sobre a estratégia da gigante do e-commerce e à oposição da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o CEO Fernando Yunes esclareceu a abordagem da empresa em uma coletiva de imprensa recente.
A principal intenção do Mercado Livre é operar por meio de um marketplace, modelo atualmente restrito pela legislação brasileira. A companhia está em diálogo com as autoridades para buscar uma possível revisão dessa regulamentação.
Análises sobre as Alternativas do Mercado Livre
Analistas do Bradesco BBI apontam que, caso não haja mudança regulatória, o Mercado Livre tem duas opções: competir diretamente com redes de farmácias através de uma estrutura própria ou abandonar o segmento. Essa situação tem gerado reações no mercado.
Impacto na Indústria Farmacêutica
A Abrafarma levantou preocupações junto ao Cade sobre a falta de informações detalhadas da transação e sobre parcerias futuras, o que poderia indicar uma possível “incidente de enganosidade”. Apesar disso, a coletiva de imprensa, motivada por acusações da Abrafarma, é vista como neutra ou levemente positiva para as redes de farmácias, especialmente para a RD Saúde (RADL3), segundo os analistas Marcio Osako e Larissa Monte.
Estratégia de Transição do Mercado Livre
O Mercado Livre iniciará operações diretas (1P) dentro da plataforma atual, sem separação de site. O Cade aprovou a aquisição sem restrições. Analistas do Itaú BBA consideram que a opção 1P (estoque próprio) permanece relevante, sendo apenas uma faseamento estratégico. Eles estimam um mercado endereçável de US$ 25-30 bilhões para produtos farmacêuticos, considerando um GMV do Mercado Livre no Brasil de US$ 27 bilhões.
Visão do Itaú BBA sobre o Modelo
O Itaú BBA acredita que uma abordagem puramente 3P (marketplace) adicionaria apenas uma contribuição modesta ao GMV ao longo do tempo. A casa sugere que o Mercado Livre pode evoluir para um 1P seletivo, especialmente em produtos de consumo rápido (OTC) e bem-estar, onde o estoque centralizado e a velocidade podem aprofundar a vantagem competitiva.