Análise de Tendências para 2026: Surpresas e Oportunidades
A Empiricus apresenta sua análise de tendências para o ano de 2026, baseada em uma abordagem que busca identificar eventos com alta probabilidade de ocorrência, mas com potencial de gerar retornos significativos. Este documento, originalmente destinado aos assinantes da Palavra do Estrategista, foi ampliado para oferecer uma visão abrangente a todos os leitores.
A metodologia utilizada se inspira na abordagem de Byron Wien, da Blackstone, que desde 1986 publica suas “surprises for the year”. A base da análise reside na identificação de eventos com baixa probabilidade de ocorrência no consenso de mercado, mas com potencial de gerar retornos acima do esperado.
Identificação de “Surpresas”
Definimos “surpresa” como um evento com probabilidade igual ou inferior a 33% no entendimento do mercado, mas com uma chance superior a 50% de materialização. O objetivo é capturar oportunidades onde o mercado está subestimando o potencial de um determinado evento.
Se você acerta cinco e erra cinco, mas cada acerto paga mais do que cada erro lhe gera prejuízo, então você acaba saindo com lucro consolidado.
Principais Tendências para 2026
1. Eleições Presidenciais: A expectativa é que Tarcísio de Freitas ou Ratinho Jr. sejam eleitos presidente da República. Ambos representam convergências políticas dentro da direita e centro-direita, com potencial para gerar compressão dos prêmios de risco no Brasil, atraindo investimentos e impulsionando o mercado de ações.
2. Desempenho do Ibovespa: O Ibovespa deve superar a barreira psicológica de 200 mil pontos, impulsionado pela continuidade de fatores favoráveis, como cortes na taxa básica de juro, fluxo de reinvestimento de dividendos e uma política fiscal menos restritiva.
3. Destaque das Small Caps: As ações de menor liquidez devem apresentar o melhor desempenho, devido a um “catch-up” em seus valuations, maior sensibilidade à queda das taxas de juro e o benefício direto do fluxo comprador doméstico.
4. Resiliência do Consumo e Crédito: O consumo doméstico e o crédito à pessoa física devem se mostrar mais resilientes do que o previsto, impulsionando as ações ligadas a esses setores. A isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês terá um impacto significativo, aumentando a renda disponível para uma parcela considerável da população.
5. Rali do Ouro: O ouro deverá continuar seu rali de 70% de 2025, com uma apreciação adicional superior a 20%, impulsionado pelo “debasement trade” (redução da exposição às moedas fiduciárias) e a persistência de tensões geopolíticas globais.
6. Prata vs. Ouro: A prata não deverá acompanhar o desempenho do ouro, devido a um sobreapreço, como ocorreu no final de 2025, quando o preço da prata atingiu o mesmo nível do barril de petróleo.
7. Bitcoin: O bitcoin deverá superar a marca de US$ 150 mil, após um período de “freio de arrumação” de investidores, com o avanço do arcabouço regulatório e menores juros nos EUA.
8. Ascensão da China: A China acelerará seu crescimento econômico, com o Partido Comunista favorecendo a empresa TSMC e Tencent, impulsionando seu desempenho em relação às Sete Magníficas dos EUA.
9. Reintegração do Merval: O Merval deverá apresentar uma das maiores valorizações do mundo, com Milei conseguindo implementar suas reformas e a volta da Argentina aos índices de ações globais.
10. Desempenho Negativo dos Fundos de Crédito: Os fundos de crédito serão o principal destaque negativo do ano, devido à normalização dos spreads corporativos, à diminuição do interesse por renda variável e à ocorrência de resgates, que geram pressão sobre a cota dos fundos.
Antes de finalizar, expressamos nosso profundo agradecimento pela confiança depositada em nosso trabalho. Desejamos Boas Festas e um excelente ano novo!
