Motiva e SP investem R$ 4 bilhões em expansão da Linha 4
Motiva (MOTV3) e ViaQuatro firmam acordo com o Estado de São Paulo

Motiva e Estado de São Paulo Assinam Acordo para Extensão da Linha 4-Amarela
A Motiva (MOTV3), anteriormente CCR, anunciou na segunda-feira (29) a formalização de um acordo com o Estado de São Paulo para investir na expansão da Linha 4-Amarela do Metrô até Taboão da Serra. O projeto, que inclui 3,3 km de extensão e duas novas estações – Chácara do Jockey e Taboão da Serra –, também prevê a aquisição de seis novos trens e uma subestação de energia.
Os investimentos totais somam R$ 3,9 bilhões , com o governo estadual contribuindo com quase R$ 3 bilhões através de financiamento do Banco Mundial, em decorrência de prejuízos financeiros sofridos pela ViaQuatro devido aos atrasos na entrega das obras nas estações da linha.
Desequilíbrio Financeiro e Atrasos na Linha 4
O acordo reconhece o desequilíbrio econômico e financeiro na concessão, motivado pelos atrasos do Estado na entrega das obras da Fase II da Linha 4. Isso resultou em uma perda de receita tarifária de R$ 531,7 milhões para a ViaQuatro, responsável pela operação das estações.
Os atrasos se referem à demora na conclusão das últimas estações do projeto original, dividido em fases. A Fase II compreendia as estações de Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. A ViaQuatro, como concessionária, deveria operar essas estações e lucrar com a receita gerada pelos novos passageiros.
Novas Condições para a ViaQuatro
Para compensar os atrasos, o Estado estendeu o Contrato de Concessão da ViaQuatro por mais 20 anos, alterando o prazo final de 2040 para 2060. Além disso, a empresa ganhou o direito de aumentar a tarifa por passageiro, já em vigor desde o início do mês, e de receber as tarifas pagas pelos novos usuários da Linha 4-Amarela.
Estratégia da Motiva para Eficiência
A Motiva também avançou em sua agenda estratégica durante o Investor Day, conforme divulgado pelo BTG Pactual. Os analistas destacam que a empresa busca reduzir o peso das despesas operacionais sobre a receita, com meta de diminuir essa fatia de 41% para 28% até 2035, buscando maior eficiência e rentabilidade.
Essa estratégia será sustentada por simplificação do portfólio, com saída do setor de aeroportos e desinvestimento parcial em mobilidade urbana, além de ganhos com tecnologia, automação e escala. O BTG Pactual manteve recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 17,00, indicando um potencial de valorização de cerca de 15%.