Motoristas de aplicativo: número dispara 170% no Brasil em 10 anos, aponta BC

Banco Central aponta aumento de 0,6 a 1,2% na desocupação sem motoristas de aplicativo.

26/09/2025 18:28

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Motoristas de aplicativo: número dispara 170% no Brasil em 10 anos, aponta BC
(Imagem de reprodução da internet).

Impacto dos Aplicativos no Mercado de Trabalho Brasileiro

Em 2014, o Brasil sediou a Copa do Mundo, atraindo turistas e, junto com ele, o crescimento do aplicativo Uber, que se tornou uma nova opção de trabalho para brasileiros.

Desde então, o número de motoristas e trabalhadores de aplicativos aumentou significativamente. Entre 2015 e 2022, a quantidade de profissionais desse tipo cresceu 170%, passando de 770 mil para 2,1 milhões, segundo o Banco Central (BC).

Dados do Banco Central

Nesse mesmo período, a taxa de ocupação no país aumentou quase 10%. O BC realizou um estudo sobre o impacto dos aplicativos no mercado de trabalho e na economia, concluindo que o crescimento dos trabalhadores por aplicativos elevou o nível de ocupação e a taxa de participação, além de reduzir a taxa de desemprego.

Condições de Trabalho e Remuneração

Apesar de contribuírem para diminuir o desemprego, motoristas e entregadores de aplicativos enfrentam condições de trabalho precárias e baixa remuneração, conforme relatório do Fairwork Brasil , em parceria com a Universidade de Oxford.

Desempenho das Empresas

Apenas duas das dez empresas pesquisadas (Uber, Rappi, Parafuzo, Loggi, Lalamove, iFood, Ame Flash, 99, Superprof e InDrive) cumpriram os critérios de um trabalho justo, pagando pelo menos um salário mínimo por hora, com custos já descontados.

Evolução da Remuneração

A remuneração dos trabalhadores de aplicativos tem diminuído ao longo do tempo. Entre 2012 e 2015, existiam cerca de 400 mil motoristas autônomos, com um rendimento médio de quase R$ 3,1 mil. Em 2022, com um total de ocupados próximo de 1 milhão, o rendimento médio era menor que R$ 2,4 mil.

Impacto na Economia

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o trabalho por aplicativos resultou em jornadas de trabalho mais longas e menor contribuição previdenciária. O percentual de motoristas que contribuem com a previdência caiu de 47,8% em 2015 para 24,8% em 2022.

A participação dos trabalhadores de aplicativos na economia é relativamente pequena, passando de 0,8% para 2,1% da população ocupada entre 2015 e 2022, e de 0,5% para 1,2% da população em idade de trabalhar no mesmo período.

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