MRV (MRVE3) em queda: Caixa e lançamentos fracos impactam resultados

MRV&Co (MRVE3) frustra investidores com resultados fracos no terceiro trimestre, após problemas com repasses na Caixa e lançamentos de imóveis.

07/10/2025 10:58

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(Imagem de reprodução da internet).

Atrasos na Caixa Econômica Federal Impactam Resultados da MRV&Co

O atraso nos repasses de unidades para a Caixa Econômica Federal continuou a afetar a MRV&Co (MRVE3) no terceiro trimestre. A incorporadora, que engloba MRV Incorporação, Luggo, Urba e Resia, apresentou um cenário desafiador com um potencial de caixa significativamente menor do que o esperado.

A prévia operacional divulgada nesta terça-feira (7) revelou que a empresa gerou R$ 30 milhões em caixa, um valor inferior aos R$ 123 milhões que poderiam ter sido obtidos sem essa intercorrência. A situação impactou diretamente a capacidade de vendas e a geração de receita da companhia.

A MRV ressaltou que a mudança no procedimento da Caixa, que exige o registro dos contratos antes da liberação dos recursos, foi um dos principais fatores que contribuíram para o problema. A empresa registrou um aumento de 1.400 unidades não repassadas no terceiro trimestre, elevando a queima de caixa e reduzindo a velocidade de vendas.

As vendas líquidas da MRV caíram 0,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 2,445 bilhões. O volume de vendas de unidades também diminuiu, com 8.779 mil unidades vendidas, uma queda de 9,6% em relação ao terceiro trimestre de 2024.

A velocidade de vendas (VSO) apresentou uma queda de 9,8 pontos percentuais na base anual, atingindo 22,6%. A situação gerou preocupação no mercado, com a queda na velocidade de vendas impactando a capacidade da empresa de converter unidades em receita.

Os lançamentos de novos imóveis também registraram uma redução de 9,4%, totalizando R$ 2,35 bilhões. Essa queda nos lançamentos contribuiu para o cenário negativo da empresa.

As ações da MRV despencaram 7,38% na bolsa de valores, atingindo R$ 6,66, sendo a maior queda do Ibovespa. A situação refletiu a preocupação dos investidores com os resultados da empresa.

Análise do Mercado

Segundo o Itaú BBA, os resultados foram considerados fracos, com lançamentos abaixo do esperado. As vendas, embora resilientes, não atingiram as expectativas do banco. A queima de caixa em todos os segmentos de negócios foi atribuída a efeitos não recorrentes, como atrasos nos repasses devido à suspensão de subsídios regionais em dinheiro.

A recomendação para os papéis permanece neutra, devido à baixa visibilidade para os resultados e ao perfil risco-retorno pouco atrativo no momento.

Detalhes Operacionais

A Urba, frente de loteamento do grupo, registrou uma queima de caixa de R$ 9 milhões. Já a Luggo, voltada para construção de imóveis para aluguel, teve um consumo de caixa de R$ 20 milhões. A operação da Resia, braço norte-americano da companhia, que tem sido um desafio para a MRV&Co, queimou US$ 1,5 milhão (o equivalente a R$ 8 milhões), mesmo após ter realizado vendas de ativos no período.

A Resia continuou a executar seu plano de vendas, alienando quatro terrenos por US$ 32 milhões. Até agora, a empresa já vendeu US$ 149 milhões em ativos, restando ainda US$ 651 milhões para serem monetizados até o final de 2026.

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