Mulheres CEOs: estudo aponta baixa longevidade e falta de acesso a cargos-chave

Mulheres enfrentam barreiras no acesso a cargos que impulsionam a ascensão ao posto de CEO, aponta estudo.

27/09/2025 13:03

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Mulheres CEOs: estudo aponta baixa longevidade e falta de acesso a cargos-chave
(Imagem de reprodução da internet).

Desafios na Liderança: Desigualdade de Gênero no Cargo de CEO

A ascensão ao cargo de CEO já representa um desafio complexo, comparável a uma maratona. No entanto, para as mulheres, a jornada tende a ser significativamente mais curta. Uma pesquisa da consultoria Russell Reynolds, o “Índice Global de Rotatividade de CEOs“, revela que as executivas permanecem no cargo, em média, três anos a menos que seus colegas homens.

Dados do Estudo

Análises de dados coletados desde 2018 demonstram que os executivos, em geral, permanecem na presidência por aproximadamente oito anos. Em contraste, as mulheres CEOs permanecem no cargo por cerca de cinco anos.

Risco de Demissão

O índice destaca um risco de demissão 33% maior para as mulheres na presidência. Segundo Aline Benvengo Larangeira, consultora da Russell Reynolds e porta-voz do estudo, essa alta rotatividade é um problema presente em diversos cenários, mesmo quando o desempenho da empresa é positivo, indicando que as causas são, em grande parte, culturais e estruturais.

“Quando o negócio vai bem, as chances de um CEO homem ser demitido é muito menor”, afirma Larangeira, ressaltando que o conselho de administração demonstra um julgamento mais crítico em relação às mulheres, impactando a estabilidade de suas carreiras.

Motivos do Desequilíbrio no Cargo de CEO

Os principais motivos para o fim do mandato de CEO também variam entre homens e mulheres. Para os executivos homens, a aposentadoria é a principal razão (31%), seguida por demissão (24%), mudança para outro cargo interno (14%), plano de sucessão (11%) e causas desconhecidas (9%).

Já para as mulheres, a demissão (32%) é a principal causa de encerramento do mandato. Em seguida, destacam-se o plano de sucessão (16%), motivos pessoais (13%), aposentadoria (13%) e oportunidades externas (10%).

Larangeira enfatiza que os motivos pessoais têm um peso duas vezes maior nas demissões de mulheres em comparação com os homens, possivelmente devido ao impacto das responsabilidades familiares e da maternidade na estabilidade da carreira.

Acesso a Cargos Estratégicos

O estudo também revelou que as mulheres na liderança têm menos acesso aos cargos estratégicos, como diretor financeiro (CFO) ou diretor de operações (COO), que tradicionalmente servem como trampolins para o cargo de CEO.

Larangeira ressalta que essa disparidade representa uma barreira adicional para as mulheres, considerando que 76% dos CEOs são promovidos a partir de cargos internos.

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