Alliança Saúde Avalia Mudanças Estruturais com Possível Venda de Participação
A Alliança (ALLR3), ex-Alliar, pode passar por uma mudança significativa em sua estrutura societária. A empresa anunciou a contratação do BTG Pactual como assessor financeiro para avaliar alternativas de reorganização, e o empresário Nelson Tanure não descarta a possibilidade de vender sua participação no negócio.
A sinalização veio nesta terça-feira (23), com o anúncio da contratação do BTG Pactual.
A empresa está considerando diversas opções, incluindo incorporação de ações, aumento de capital, capitalização de ativos, venda de parte ou da totalidade das ações dos controladores, além da formação de uma joint venture. Segundo o jornal O Globo, Tanure estaria disposto a negociar a companhia por cerca de R$ 4 bilhões.
A Alliança Saúde (AALR3) atualmente é avaliada em R$ 654 milhões na B3, com uma desvalorização acumulada de 46% das ações em 2025.
Possíveis Cenários de Reestruturação
A empresa também deixou a porta aberta para “outras formas de reorganização societária e a prospecção e negociação com potenciais interessados”. No entanto, a empresa ressaltou que não existe nada concreto para sair do papel, afirmando que não há negociações em curso nem decisão sobre o formato de uma eventual reorganização societária.
Investigação da CVM sobre a OPA
O momento da reorganização interna na Alliança (AALR3) chama a atenção do mercado, pois a CVM está investigando a condução da oferta pública de aquisição (OPA) que levou Tanure a consolidar o controle da Alliança. O processo sancionador foi instaurado em 26 de novembro, mais de dois anos após a conclusão da OPA.
A CVM quer apurar se os fundos envolvidos realizaram a oferta “em prazo muito além daquele ordinariamente previsto” pela regulamentação. A empresa está sendo investigada por não ter respeitado o prazo de 30 dias estabelecido para a realização da OPA.
A Alliança entrou na então Alliar em 2021, ao adquirir 25% da participação que pertencia ao Pátria. A partir daí, o empresário passou a aumentar gradualmente sua fatia até ultrapassar os 50% do capital, assumindo oficialmente o controle em abril de 2022.
Conclusão
A situação da Alliança (ALLR3) demonstra a sensibilidade do mercado financeiro em relação a mudanças de controle e a importância do cumprimento das regulamentações da CVM. O resultado da investigação e as decisões tomadas por Nelson Tanure e a empresa terão impacto significativo no valor das ações da Alliança Saúde (AALR3) e no futuro da companhia.