Nobel, Jabuti e Camões: Ganhadores e Indicados em 2025 Revelam Debate Literário
Consensos e divergências nas premiações de 2025 revelam limites entre mercado editorial e literatura.

Prêmios Literários 2025: Nobel, Camões e Jabuti Movimentam o Mundo Editorial
A temporada de prêmios literários de 2025 traz à tona nomes consagrados e debates relevantes no universo da literatura. O Nobel de Literatura em 2025 foi concedido ao húngaro László Krasznahorkai, autor de Sátántangó, enquanto o Prêmio Camões homenageia a poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares. No Brasil, o Jabuti, na sua 67ª edição, enfrenta críticas à organização e à composição do júri.
László Krasznahorkai e o Nobel de Literatura
László Krasznahorkai, reconhecido por Susan Sontag como um “mestre do apocalipse”, recebeu o prestigioso prêmio. Sua obra, Sátántangó (Companhia das Letras, R$ 94,90), publicada originalmente em 1985, foi finalmente traduzida e lançada no Brasil em 2022, com tradução de Paulo Schiller. O romance, com mais de sete horas de duração em sua versão cinematográfica adaptada pelo cineasta Béla Tárr em 1994, propõe questões existenciais profundas, sem oferecer soluções. Zsuzsanna Spiry, tradutora do autor, explica que o texto apresenta desafios para leitores ocidentais, acostumados a narrativas com começo, meio e fim.
Ana Paula Tavares e o Prêmio Camões
A poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares recebeu o Prêmio Camões 2025, em reconhecimento à sua obra. A honraria, concedida pela Fundação Biblioteca Nacional em parceria com o governo português, já foi dedicada a grandes nomes da literatura no Brasil, como Antonio Candido, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Chico Buarque. A obra de Tavares, que inclui a coletânea de poesia Amargos Como Frutos (Pallas, R$ 73) e Verbetes para um dicionário afetivo (Pallas, R$ 49), colabora com Manuel Jorge Marmelo, Ondjaki e Paulinho Assunção, e ganha relevância antropológica e histórica.
Críticas ao Prêmio Jabuti
O Prêmio Jabuti, na sua 67ª edição, enfrenta críticas à organização das categorias e à qualidade do júri. A categoria de crônica, liderada pelo escritor Marcelo Moutinho, é vista como um “armazém de secos e molhados”, com uma variedade excessiva de obras. A divisão da categoria Romance em Romance de Entretenimento e Romance Literário, introduzida em 2020, também é criticada por levar a uma falsa oposição entre qualidade artística e apelo comercial. Essas divisões refletem mais as dinâmicas do mercado editorial do que as características da literatura e os méritos dos autores.
Indicações e Premiações do Jabuti 2025
Entre os indicados, destacam-se obras como O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim (Ruy Castro, Companhia das Letras, R$ 79,90), Bambino a Roma (Chico Buarque, Companhia das Letras, R$ 79,90), A extraordinária Zona Norte (Alberto Mussa, Todavia, R$84,90), De onde eles vêm (Jeferson Tenório, Companhia das Letras, R$ 79,90), Uma família feliz (Raphael Montes, Companhia das Letras, R$ 64,90), A bem-amada: Aimée de Heeren, a última dama do Brasil (Delmo Moreira, Todavia, R$ 95), Memórias (Rubens Ricupero, UNESP, R$ 152), O indomável: João Carlos Martins entre som e silêncio (Jamil Chade, Record, R$ 64,90) e O púlpito: fé, poder e o Brasil dos evangélicos (Anna Virginia Balloussier, Todavia, R$ 79,90). A cerimônia de premiação ocorrerá em 27 de outubro no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em comemoração ao título de Capital Mundial do Livro concedido pela UNESCO.
Autor(a):
Redação
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