Nubank (ROXO34) recebe nova recomendação do BTG e Itaú BBA: perspectivas para o futuro da fintech
As instituições financeiras apresentam uma perspectiva positiva, motivada sobretudo pela evolução do cenário macroeconômico no Brasil.
O Nubank (ROXO34) retornou à série A do BTG Pactual e do Itaú BBA, após a publicação dos resultados do segundo trimestre de 2025, com a inclusão de uma nova recomendação e meta de preço na terça-feira (19).
O otimismo dos bancos é impulsionado sobretudo pela evolução das condições macroeconômicas internas no Brasil, com inflação mais controlada e a previsão de uma desaceleração gradual da economia.
Segundo analistas do BTG e Itaú BBA, o futuro da fintech apresenta diversos fatores que podem impulsionar o crescimento do valor dos bancos digitais.
Tanto o Banco Itaú quanto o BTG Pactual alteraram sua perspectiva em relação à compra ou equivalente, com um valor-alvo convergente de US$ 18 por ação, sendo que o Itaú BBA projeta esse valor para o fim de 2026, enquanto o BTG, para os próximos 12 meses.
No entanto, embora haja otimismo, as instituições financeiras ressaltam que o Nubank enfrentou dificuldades no passado e ainda precisa lidar com certos riscos.
Por volta das 12h50, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) do Nubank apresentavam um ligeiro avanço de 0,083% na B3, com valor de R$ 12,1.
Nova recomendação
O BTG e o Itaú BBA indicam que o desempenho positivo do Nubank foi impulsionado pela rentabilidade dos cartões de crédito, com o Itaú BBA destacando a recuperação da margem financeira líquida (NIM) considerando os riscos.
Adicionalmente, verificou-se a estabilização da participação de cartões que geram juros em um patamar mais elevado, juntamente com uma nova política de limites de crédito voltada para um maior aproveitamento dos cartões.
O BTG Pactual observa, por meio de indicadores-chave de desempenho, uma recuperação, com a geração mensal de Pix parcelado e o volume de clientes que utilizam a modalidade de pagamento e as linhas de crédito, podendo expandir os limites para públicos de baixa renda.
A entrada do Nubank no México é considerada um pilar fundamental para o crescimento futuro dos bancos e para demonstrar ao mercado a capacidade da empresa de se expandir para novos mercados.
A concessão de crédito por meio de consignação também pode ampliar o potencial da fintech.
O otimismo e as expectativas também induziram os bancos a revisarem as previsões de lucro para mais.
O Itaú BBA elevou suas projeções de lucro para os exercícios fiscais de 2025/2026 em 20% e 21%, respectivamente. Já o BTG Pactual estima lucro líquido de R$ 2,6 bilhões para 2025 (+3,5%) e R$ 3,4 bilhões para 2026 (+5%).
Desafios futuros
É evidente que não há só coisas positivas no horizonte para o Nubank. Ambos os bancos afirmam que há risco de uma possível regulamentação para limitar as taxas de câmbio de cartões, o que poderia gerar “ruído” ou ter um impacto relevante nos resultados da fintech.
Ademais, o BTG destaca que o Nubank ainda se assemelha mais a um banco do que a uma empresa de software, o que implica demandas por capital e despesas com NPL (créditos de liquidação duvidosa) durante sua expansão.
A fintech não possui licença bancária plena no Brasil, sendo regulada como instituição de pagamento e “financeira”, embora possa se tornar um banco completo em breve, segundo o BTG.
Apesar do ciclo de crédito no Brasil ter se mostrado mais favorável do que o previsto para o Itaú BBA, qualquer modificação nesse cenário poderia representar um risco negativo para o Nubank.
Isso é particularmente relevante, pois o banco digital está “aprofundando” sua relação com os clientes ao elevar os limites de crédito. A empresa tem tratado essa questão de forma gradual, e ela continua como um risco não resolvido até 2026, conforme apontado pelo Itaú BBA.
Fonte por: Seu Dinheiro