Números Alarmantes Revelam Endividamento Brasileiro em 2025

Alarmantes dados sobre a saúde financeira brasileira em 2025! Quase metade da renda familiar comprometida com dívidas, R$ 7 trilhões em crédito e alta no crédito consignado (257% de aumento)

26/12/2025 17:02

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Números Preocupantes Sobre a Saúde Financeira Brasileira em 2025

O último mês de 2025 apresentou dados alarmantes sobre a situação financeira de grande parte da população brasileira. Segundo informações do Banco Central, quase metade da renda das famílias já estava comprometida com dívidas, resultando em um cenário de “vermelho” para milhões de lares.

O volume total de crédito no país atingiu um recorde histórico de R$ 7 trilhões, evidenciando a crescente dependência do endividamento.

Aumento do Crédito Consignado

Um dos principais vetores desse aumento do endividamento foi o crédito consignado, especialmente para trabalhadores da categoria CLT. As concessões mensais dispararam de R$ 1,6 bilhão para mais de R$ 6 bilhões, representando um aumento de 257% no período.

O programa Crédito do Trabalhador, lançado em março, facilitou o acesso a essa modalidade, mas a expansão veio acompanhada de custos mais elevados.

Em 12 meses, os juros do consignado subiram 18%, ampliando o comprometimento da folha de pagamento dos trabalhadores. A projeção indica que a taxa média deve finalizar o ciclo em 57,1% ao ano, mesmo sendo considerada uma linha de crédito mais segura, os custos permanecem elevados, gerando alertas sobre o risco de inadimplência futura.

Análise de Especialistas e Perspectivas

Jorge Azevedo, especialista em crédito e riscos, ressalta que a dívida pode ser uma ferramenta positiva quando utilizada para gerar renda, como no financiamento de veículos para trabalho. Em termos estruturais, o Brasil ainda possui espaço para expansão do crédito, com o volume equivalente a cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos, esse percentual ultrapassa 180%.

A principal diferença reside nos juros, que são significativamente mais altos no Brasil.

A ampliação do crédito foi impulsionada por bancos digitais e novos mecanismos jurídicos, permitindo que milhões de brasileiros antes desbancarizados tivessem acesso ao sistema financeiro. No entanto, essa evolução não acompanhou o ritmo da educação financeira, levando muitos consumidores a assumir dívidas sem pleno entendimento dos custos, especialmente em linhas de crédito mais caras.

Indicadores de Alerta e Projeções Futuras

O comprometimento mensal da renda com dívidas atingiu 29,4%, indicando que quase um terço do salário é destinado ao pagamento de parcelas. O crédito às pessoas físicas soma R$ 4,7 trilhões, equivalente a 37,2% do PIB. Apesar dos juros elevados, as famílias continuam recorrendo ao crédito para manter o consumo ou reorganizar dívidas antigas.

A inadimplência, por enquanto, permanece relativamente estável, com atrasos acima de 90 dias representando 3,8% da carteira total.

Apesar dessa estabilidade, especialistas alertam para o risco de deterioração, especialmente em um cenário de juros altos e salários que não acompanham a inflação. O cartão de crédito se destaca negativamente, respondendo por 84% dos casos de endividamento, com juros entre os mais altos do mercado, seguido pelo crédito pessoal (10%) e carnês (17%).

Esse perfil revela uma alta vulnerabilidade financeira, com famílias presas a modalidades caras e de difícil saída.

Desafios e Perspectivas para 2026

O cenário para 2026 permanece desafiador. O Banco Daycoval projeta manutenção da Selic em 15% até março, mantendo o crédito caro nos primeiros meses do ano. No entanto, a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil deve aliviar o orçamento de cerca de 10 milhões de famílias.

A dúvida reside se esse ganho será direcionado ao consumo ou à quitação de dívidas. Segundo Antonio Ricciardi, a maior parte do ganho adicional tende a ir para o consumo, com famílias concentrando demanda em crédito habitacional (26%), consignado (24%) e cartão de crédito (19%).

Com o novo consignado, o aumento de renda deve impulsionar o programa, mas o ciclo de endividamento pode se repetir, mesmo com melhora pontual no poder de compra. O Brasil entra em 2026 com famílias pressionadas, crédito abundante e juros elevados. Nesse contexto, o equilíbrio entre consumo e responsabilidade financeira será decisivo para evitar um agravamento do quadro.

Autor(a):

Portal de notícias e informações atualizadas do Brasil e do mundo. Acompanhe as principais notícias em tempo real