O encontro entre Trump e Putin desperta ironia pela escolha do local

Trump e Putin têm agendado uma reunião para sexta-feira (15) com o objetivo de promover um cessar-fogo na Ucrânia, buscando o término do conflito.

13/08/2025 20:22

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O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se encontrarão nesta sexta-feira (15) na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, o que poderia ser mais uma reunião em uma base militar no Alasca. O local, contudo, é histórico: foi ali que foi iniciado o contido do avanço da União Soviética no auge da Guerra Fria.

A ironia de Putin visitar uma base militar americana que outrora serviu para combater ameaças russas se dá em um momento em que Trump busca negociar um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.

A reunião, contudo, ocorreu sob o temor de autoridades ucranianas e europeias — que foram excluídas do encontro — de um desfecho favorável aos objetivos da Rússia.

Trump teria informado aos europeus que seu objetivo na cúpula é alcançar um cessar-fogo entre Moscou e Kiev, além de concordar que quaisquer questões territoriais deveriam ser resolvidas com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e que garantias de segurança fariam parte do acordo.

A preocupação da Europa com Trump tem fundamento?

Com o anúncio da relação entre os Estados Unidos e a Rússia na semana passada, Trump fez diversas referências à “troca de terras” entre Kiev e Moscou, gerando sérias preocupações na Ucrânia e na Europa de que ele pudesse estar se preparando para atender à antiga demanda de Putin de ocupar extensas áreas do território ucraniano.

Na quarta-feira (13), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Alexey Fadeev, confirmou que a posição de Putin, estabelecida em junho de 2024, permanecia inalterada.

Putin afirmou que um cessar-fogo entraria em vigor no momento em que o governo ucraniano se retirasse das quatro regiões parcialmente ocupadas pela Rússia – Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhya.

Ele também afirmou que a Ucrânia precisaria renunciar oficialmente aos seus esforços para se juntar à aliança militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) — exigências que nem Kiev nem seus parceiros europeus consideram viáveis.

A guerra entre Rússia e Ucrânia continua… e com apoio

Desde o início do ano, o Reino Unido e a França lideram os esforços para formar a chamada “Coalizão dos Dispostos”, um grupo de países que se comprometeram a evitar que a Rússia invadisse a Ucrânia.

O grupo declarou estar “pronto para desempenhar um papel ativo”, incluindo o envio “de uma força de segurança assim que as hostilidades cessarem”, ainda que a natureza, a composição e o papel dessa força ainda não tenham sido definidos.

Enquanto isso, o ataque da Rússia persiste. Referindo-se ao rápido avanço das tropas de Moscou próximo a Dobropillya, na região de Donetsk, Zelensky afirmou que Putin estava simulando que as sanções não estavam afetando a economia russa.

E o fundamento no Alasca?

Estabelecida em 2010 a partir da união da Base Aérea Elmendorf e do Forte Richardson do Exército, a instalação desempenhou um papel estratégico crucial na vigilância e dissuasão da União Soviética durante a maior parte da Guerra Fria.

Abrigueu um grande número de aeronaves e radares para detectar a atividade militar soviética e potenciais lançamentos nucleares, sendo conhecida como “Cobertura Superior da América do Norte”.

Apesar de grande parte do material bélico ter sido desativada, a base mantém unidades de aeronaves estratégicas, como o caça furtivo F-22 Raptor. As aeronaves do local interceptam também rotineiramente aviões russos que se aproximam do espaço aéreo dos Estados Unidos.

Com informações da Associated Press e da BBC.

Fonte por: Seu Dinheiro

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