O Nubank sobe 9% em Nova York após apresentar rentabilidade superior à do Itaú no segundo semestre de 2025 — contudo, a avaliação permanece neutra, qual o motivo?

Analistas identificam restrições na potencial valorização das ações do Nubank devido a certos obstáculos ao crescimento do banco digital.

15/08/2025 18:24

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O Nubank (ROXO34) obteve resultados superiores ao projetado no segundo trimestre de 2025: o lucro líquido foi 31% maior que o do mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 637 milhões, e o retorno sobre o patrimônio (ROE) atingiu 28%. Contudo, a sugestão permanece de não adquirir os papéis da instituição financeira digital.

O ROE do Nubank ficou marginalmente abaixo do esperado – que era de 28,4% –, mas o percentual ainda superou o de bancos tradicionais como o Itaú (ITUB4), que finalizou o trimestre com 26,4%.

Analistas do BTG Pactual apontam que 2025 é um “ano de transição” para o Nubank, e que as tendências animadoras do trimestre anterior fortaleceram-se no período de abril a junho.

A carteira de cartões de crédito avançou, os depósitos aumentaram em ritmo elevado e a margem financeira se ampliou. Considerando o nível atual de negociação da ação, reafirmamos nosso viés positivo.

Com a correta avaliação dos dados financeiros, as ações do Nubank (ROXO34) encerraram em alta significativa nesta sexta-feira (15). Nos Estados Unidos, os títulos NU subiram 9,17%, a US$ 13,10. Já, no Brasil, os BDRs ROXO34 avançaram 5,16%, a R$ 11,81.

A recomendação para o Nubank é neutra.

Apesar do otimismo, a análise do BTG classifica como “neutra” a sugestão de investimentos nas ações do Nubank, devido à mudança nos negócios da instituição.

A avaliação de especialistas indica que a queda nas vendas de produtos com alta rentabilidade no Brasil – incluindo cartões de crédito e financiamentos via Pix – dificilmente serão totalmente compensadas por novas iniciativas, como produtos de consignação e o mercado de alta renda no país.

A razão da leitura positiva é o patamar de desvalorização verificado desde o ano anterior.

A ação desvalorizou-se de US$ 16 em novembro do ano passado para US$ 10 em abril. Desde então, apresentou um aumento gradual e fechou em US$ 13 nesta sexta-feira.

Considerando o desempenho recente e negativo, não seria surpreendente observar aumentos entre 10% e 15% no curto prazo, afirma o relatório. Contudo, ainda assim, nossa recomendação permanece neutra.

Dados positivos adicionais.

Para o Itaú BBA, os pontos positivos do desempenho no segundo trimestre foram a retomada das receitas de cartões, o crescimento contínuo da carteira e as provisões inferiores ao projetado.

A instituição financeira destacou que a robustez da arrecadação com cartões compensou o baixo desempenho nos serviços e o notável crescimento das despesas operacionais. Já a XP reiterou o otimismo em relação à aceleração do lucro após dois períodos de estabilidade.

A corretora declarou que a qualidade do crédito permanece sob controle, com a taxa de inadimplência de 15 a 90 dias no Brasil diminuindo 30 pontos básicos no trimestre e a taxa de inadimplência acima de 90 dias subindo apenas 10 pontos básicos no mesmo período, demonstrando uma gestão de crédito sólida.

A corretora ressaltou que a qualidade de crédito permanece controlada e robusta. A inadimplência entre 15 e 90 dias no Brasil apresentou uma redução de 0,30 ponto percentual, ao passo que o índice acima de 90 dias exibiu um aumento moderado de 0,10 ponto percentual.

Os analistas da empresa destacaram a expansão no México como um segundo motor de crescimento. O país registrou expansão em clientes, depósitos e engajamento, com a monetização progredindo gradualmente.

A recomendação para as ações, ainda, é neutra.

Apesar dos resultados reforçarem a capacidade da empresa de monetizar e escalar operações de forma eficiente, acreditamos que a ação já precifica o crescimento acelerado em outros segmentos, levando a uma relação risco-retorno desfavorável nos níveis atuais.

Fonte por: Seu Dinheiro

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