Oncoclínicas: Nova Capitalização e Desafios da Empresa
Em meio a uma série de controvérsias e dificuldades financeiras, a Oncoclínicas (ONCO3) obteve a aprovação dos acionistas em assembleia para um novo aumento de capital bilionário – a terceira injeção de dinheiro na rede de tratamentos oncológicos desde 2023. A empresa busca reverter uma trajetória de expansão arrojada, marcada por erros estratégicos e desafios financeiros.
O aumento de capital, estimado em até R$ 2 bilhões, será realizado através da emissão de até 666.666.667 novas ações, a R$ 3 por ação. A proposta mínima é de R$ 1 bilhão, visando equilibrar o endividamento da companhia, que atualmente gira em torno de R$ 3,9 bilhões, com uma alavancagem de 4 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses. A transação impõe uma diluição significativa aos acionistas que não participarem do novo capital, podendo chegar a 66,8%.
Apesar da aprovação, o mercado demonstra cautela, considerando a já realizada capitalização com o Banco Master em 2024. A empresa enfrenta desafios como a Unimed-Rio, que atrasou pagamentos após o IPO em 2021, e a necessidade de reestruturar suas operações. A Oncoclínicas já vendeu dois hospitais e cancelou a construção de outros três, além de desistir de uma joint venture para a Arábia Saudita. A empresa planeja vender o terceiro hospital, com conversas avançadas, e suspender a construção dos demais.
A proposta de aumento de capital, a R$ 3 por ação, gerou preocupação entre especialistas, devido ao seu patamar baixo em relação aos papéis ONCO3 na bolsa desde 2021. A situação da empresa é acompanhada de perto, com a Starboard Asset tendo apresentado uma proposta de reestruturação financeira, que incluiu a saída do CEO Bruno Ferrari, mas que foi rejeitada pela Oncoclínicas.
O cronograma de acesso ao capital, inicialmente estabelecido com o Banco Master, tem sido honrado, com a maior parte do valor já sendo sacada, embora com pequenos atrasos. A sucessão do CEO Bruno Ferrari também é um ponto de atenção, com a possibilidade de um novo executivo assumir a liderança da empresa em um prazo de mais de um ano.
Subseções
# A Diluição e o Impacto nos Acionistas
A aprovação do aumento de capital implica uma diluição significativa para os acionistas que não participarem da nova emissão. A proporção de diluição pode chegar a 66,8%, o que pode impactar negativamente o valor das ações existentes.
# O Papel do Banco Master e a Situação Financeira
O Banco Master tem sido um dos principais fornecedores de capital para a Oncoclínicas, sendo responsável por duas capitalizações anteriores. No entanto, a situação financeira do banco também é motivo de preocupação, com o potencial de impacto na capacidade da Oncoclínicas de acessar recursos.
# A Reestruturação e a Futura Rota da Empresa
A Oncoclínicas busca reverter sua trajetória de expansão arrojada, focando em um modelo de crescimento mais sustentável. A empresa planeja voltar ao seu core de negócios, com foco em tratamentos oncológicos, e reduzir a alavancagem.