Ouro bate recorde histórico e prata atinge máxima em décadas devido a tensões financeiras
Investidores buscam ouro e prata como alternativa devido a tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar.

Preços de Ouro e Prata Alcançam Níveis Históricos
O ouro e a prata registraram nesta segunda-feira (13) um aumento sem precedentes, atingindo máximas históricas. Os contratos futuros de ouro para dezembro subiram para US$ 4.133,00 por onça-troy, enquanto a prata para o mesmo mês aumentou 6,73%, fechando em US$ 50,42 por onça-troy – o maior nível em 45 anos.
Ao longo do pregão, o ouro chegou a US$ 4.137,20 e a prata alcançou US$ 50,59. O aumento diário em dólares para ambos os metais foi o maior em anos.
Outros metais, como platina e paládio, também avançaram cerca de 4,2%.
Fatores Impulsionadores do Rali
A valorização histórica do ouro e da prata ocorre em um contexto de incertezas globais. O debate sobre a desvalorização das moedas do G10 (grupo de países industrializados) e os temores fiscais em economias como Japão e França contribuem para a busca por ativos seguros.
Investidores buscam alternativas de reserva de valor, especialmente diante do alto endividamento nos mercados desenvolvidos, mesmo com um PIB nominal recorde nesses países. Nos Estados Unidos, o pagamento de juros pelo Tesouro ultrapassa os gastos com defesa.
O cenário fiscal desafiador globalmente favorece os metais preciosos. As compras de bancos centrais, além das de investidores institucionais, sustentam o avanço do ouro.
Tensões Comerciais e “Short Squeeze”
Novas tensões comerciais entre EUA e China impulsionam a demanda por ativos seguros. A ameaça de tarifas de 100% dos EUA contra a China intensifica a busca por refúgio.
O rali da prata foi amplificado por um “short squeeze” histórico em Londres, um movimento de aversão ao risco que intensifica a procura por barras do metal precioso. Analistas do Goldman Sachs destacam que o mercado de prata é nove vezes menor e menos líquido que o do ouro, o que amplifica os movimentos de preço.
A falta de liquidez em Londres levou o preço a se aproximar do recorde de 1980.
Previsões de Crescimento
O Goldman Sachs acredita que a prata deve continuar crescendo no médio prazo. O BofA elevou o preço-alvo do metal para US$ 65 a onça no final de 2026. Já o rali do ouro também deve continuar em 2026, segundo analistas. O Bank of America (BofA) prevê que o ouro subirá para US$ 4.400. O Société Générale aponta que o metal pode atingir US$ 5.000 até o fim do próximo ano.