Payroll dos EUA de Novembro: Criação Líquida Surpreende
O relatório de payroll dos EUA para o mês de novembro apresentou uma criação líquida de 64 mil vagas, superando as projeções iniciais de 50 mil, conforme análise de Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.
“Esperava uma criação de 50 mil, veio 64”, afirmou. O relatório, com atualização conjunta de outubro e novembro, destacou o dado de novembro como o mais relevante.
Análise do Setor Público e Ajuste em Agosto
Castro Alves separou os movimentos de cada mês para facilitar a análise. Em outubro, a perda líquida de empregos foi influenciada por cortes no setor público: “Você teve um corte de 162 mil postos de trabalho… em outubro, e mais 6 mil em novembro”.
O relatório também incluiu revisão para o mês de agosto. “Os números de agosto foram revisados para baixo”, mencionou, indicando uma perda maior do que a contagem inicial.
Desemprego e a Dinâmica “Low Hire and Low Fire”
O desemprego, em 4,6%, superou a expectativa de 4,5%. Segundo Castro Alves, o ponto central do relatório reforça a característica do mercado de trabalho nos EUA: “low hire and low fire”, com empresas mais cautelosas na contratação e demissão.
Ele atribuiu essa dinâmica à “volatilidade e incerteza econômica”. A influência da política de fronteira na oferta de mão de obra também foi mencionada, com menor imigração impactando a média de criação de vagas.
Perspectivas para o Fed
Castro Alves avaliou que o dado divulgado nesta terça-feira (16) ajuda a desenhar um cenário, mas não define a decisão imediata do banco central norte-americano. Ele ressaltou que o relatório de dezembro, que sai no início de janeiro, terá maior peso na leitura dos próximos passos do Fed.
Apesar do resultado, a trajetória continua “corroborando a um corte de juros em algum momento”. O estrategista enfatizou que o payroll não reacende a tese de mercado aquecido e mantém a discussão sobre cortes de juros para mais adiante.
A atenção redobrada também será direcionada aos próximos relatórios de inflação.
