Petrobras Apresenta Resultados Robustos e Aumenta Investimentos, Gerando Preocupação no Mercado

Petrobras Apresenta Resultados Robustos e Reforça Visão Positiva

Após um terceiro trimestre de produção robusta e pagamento de dividendos recordes de R$ 12,6 bilhões, a Petrobras buscou tranquilizar os investidores. A presidente da companhia, Magda Chambriard, reiterou a mensagem de que apostar contra a estatal é um erro.

A empresa celebrou o desempenho da companhia entre julho e setembro, expressando confiança em sua capacidade de manter um desempenho sólido por mais de 72 anos. Apesar da queda no preço do Brent, que impactou negativamente o Ebitda da Exploração e Produção (E&P), a Petrobras destacou o crescimento de 17% na produção, impulsionado pela eficiência operacional e gestão otimizada de reservatórios.

No entanto, o mercado não recebeu a notícia com entusiasmo imediato. As ações da Petrobras iniciaram o dia em queda, em parte devido ao aumento das despesas de capital (capex) da estatal. Apesar dos resultados positivos e do pagamento de dividendos, os investidores se preocuparam com o aumento do investimento, que pode impactar a distribuição de dividendos.

Fernando Melgarejo, diretor financeiro da Petrobras, explicou que o aumento do capex está focado na curva de produção e que os resultados já demonstram o retorno do investimento, com um recorde de fornecimento. A empresa reportou um investimento total de US$ 5,5 bilhões, um aumento de 24% em relação ao segundo trimestre de 2025, impulsionado principalmente por projetos de desenvolvimento no pré-sal.

Para mitigar os riscos associados a uma possível pressão no preço do Brent, a Petrobras sinalizou a possibilidade de postergar investimentos que ainda não foram contratados. O diretor financeiro também reforçou que não há planos de alterar a política de dividendos da companhia, e que qualquer fusão e aquisição deve priorizar o valor para o acionista e a sustentabilidade financeira.

A empresa enfatizou que o capex não está sujeito a inflação, mas sim a uma aceleração do investimento previsto, visando gerar valor para o acionista em um tempo menor.

Diversos analistas e instituições financeiras avaliaram os resultados da Petrobras. O Citi, por exemplo, reconheceu o desempenho positivo, mas apontou para o aumento do capex e a geração de fluxo de caixa livre abaixo do esperado. O banco manteve a recomendação neutra para os papéis, com um preço-alvo de US$ 12,50 para os ADRs da Petrobras.

Ruy Hungria, da Empiricus Research, ressaltou o aumento do capex e o endividamento próximo do teto de US$ 75 bilhões, sugerindo que podem pressionar a distribuição de dividendos. O Safra e o Bradesco BBI também destacaram o patamar elevado de investimentos da Petrobras e a necessidade de atenção à inflação na cadeia de suprimentos, respectivamente.

Apesar das preocupações, o Bradesco BBI e o Safra mantiveram recomendações de compra para as ações da Petrobras.