Os ativos do pré-sal continuam sendo um ponto forte da Petrobras (PETR4), mas a redução nos dividendos tem diminuído o interesse dos investidores na petroleira, segundo análises do Itaú BBA. A empresa possui um baixo custo de extração, alta produtividade e potencial de crescimento natural em suas reservas, permitindo que a companhia suporte períodos de preços mais baixos do petróleo sem precisar diminuir a produção.
Fatores de Impacto nos Investimentos
Apesar do bom desempenho operacional, os analistas do Itaú BBA apontam que o atual rendimento de dividendos, que em anos anteriores chegava a cerca de 20%, está afetando o apetite dos investidores. A expectativa de que o preço do petróleo caia abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, combinada com a menor capacidade da Petrobras de reduzir seus investimentos (capex) nos próximos dois anos, tem gerado preocupações sobre o aumento da dívida da empresa.
Novas Ações da Petrobras
Um tema recorrente nas discussões com a Petrobras foi a entrada da companhia no segmento de etanol. Embora o investimento inicial seja pequeno em relação ao total de investimentos, a maioria dos investidores prefere que a empresa mantenha o foco em suas operações principais e avalia com cautela participações minoritárias em áreas fora do segmento de upstream.
Clareza Estratégica e Investimentos
Investidores têm solicitado mais informações sobre a escala dos investimentos relacionados à transição energética e discutem os possíveis impactos de mudanças no governo sobre o direcionamento estratégico e o planejamento de investimentos da estatal.
O CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, reafirmou que os contratos já aprovados serão mantidos, e novos investimentos podem ser suspensos caso o preço do Brent caia para um cenário mais pessimista.
Metas e Investimentos Futuros
A Petrobras reiterou que entregará o valor previsto de investimentos para 2026, podendo aumentar se a plataforma P-80 for antecipada de 2027 para 2026, elevando os gastos no próximo ano e reduzindo os de 2027. Para o Itaú BBA, isso demonstra a confiança da estatal em atingir a meta de produção de 2,5 milhões de barris por dia, com a possibilidade de chegar a cerca de 2,6 milhões de barris por dia.
Os cortes de custos se concentrarão em despesas relacionadas a plataformas inativas, com reduções graduais ao longo de 2026, e na diminuição do custo de extração para aproximadamente US$ 5,5 por barril. Além disso, houve uma redução no uso de plataformas alugadas, substituídas por unidades próprias, diminuindo a necessidade de renovar contratos em momentos de taxas elevadas.