Fusão Petz e Cobasi Defende Combate à Perda de Relevância e Aumento da Capilaridade
A disputa entre Petz (PETZ3) e Cobasi, envolvendo uma possível fusão, foi apresentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Representantes das duas varejistas defenderam a operação, argumentando que a concorrência no mercado pet é acirrada e que a fusão visa aumentar a capilaridade física e digital das empresas.
O cofundador e CEO da Cobasi, Paulo Nassar, e o CEO da Petz, Sérgio Zimerman, destacaram a perda de espaço das empresas frente ao avanço dos marketplaces. Nassar enfatizou que a fusão não representa formação de monopólio, dada a alta fragmentação do mercado pet.
Nassar defendeu que a operação estimula a competição, reduz custos para o consumidor e aumenta a capacidade de atendimento. Ele ressaltou que a concorrência entre plataformas de marketplace, como Amazon e Mercado Livre, impulsiona a competição em todos os segmentos de varejo, incluindo o pet.
Zimerman, por sua vez, argumentou que a fusão visa combater a perda de relevância da Petz, mencionando a erodida rentabilidade da empresa. Ele citou o CEO da Petlove, que considerou a fusão como um problema inexistente.
Zimerman enfatizou a concorrência entre as plataformas de marketplace, com ações como a redução de fretes, e a importância da fusão para aumentar a capacidade de atendimento omnichannel, unindo lojas físicas e canais digitais.
Ao rebater acusações sobre o abandono de animais, o CEO da Petz afirmou que a proteção animal está no DNA das empresas. Ele ressaltou que a fusão pode aumentar os benefícios e a abrangência para atender a todos os animais.
A Superintendência-Geral do Cade solicitou um estudo econômico sobre a estrutura do mercado pet, com informações adicionais, após a aprovação inicial da fusão pela Superintendência-Geral do Cade em junho, quando a concorrente Petlove entrou com recurso para participar como terceira interessada.
Riscos e Considerações do Cade e da Sociedade
O representante do Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo, Vitor Morais de Andrade, alertou para o risco de impacto social, com o aumento do abandono de animais, devido à possível perda de capacidade financeira das famílias.
Morais de Andrade argumentou que a fusão elimina a única rivalidade existente, criando uma barreira de difícil transposição para a entrada de novos concorrentes, e que sem concorrência, o aumento de preços é inevitável.
Por outro lado, alguns protetores, ONGs e entidades ligados à causa animal se manifestaram a favor da combinação das duas empresas, citando projetos e parcerias com Petz e Cobasi.
A diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, Vanessa Negrini, adotou uma posição intermediária, defendendo uma reavaliação da operação e sugerindo a adoção de mecanismos de monitoramento de preços, com preservação da diversidade de fornecedores e garantia de acessibilidade para as famílias de baixa renda.
O Cade solicitou um estudo econômico sobre a estrutura do mercado pet, com informações adicionais, após a aprovação inicial da fusão pela Superintendência-Geral do Cade em junho, quando a concorrente Petlove entrou com recurso para participar como terceira interessada.