Operação Sem Desconto: PF Investiga Esquema de Descontos em Aposentadorias
A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira (9) a segunda fase da Operação Sem Desconto, uma investigação que apura um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A operação conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e envolve a execução de 66 mandados de busca e apreensão em oito estados brasileiros.
As buscas estão sendo realizadas em São Paulo (45), Sergipe (12), Amazonas (1), Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (2), Pernambuco (2), Bahia (2) e no Distrito Federal (1). A investigação visa desmantelar um esquema complexo que envolve a manipulação de dados e a utilização de documentos falsos para obter benefícios previdenciários indevidamente.
Investigações da PF Aprofundam a Apuração de Crimes
Segundo a PF, a operação tem como objetivo principal aprofundar as investigações sobre crimes como a inserção de dados falsos em sistemas públicos, a formação de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial. As apurações incluem crimes como peculato, estelionato qualificado, corrupção ativa, uso de documentos falsos, lavagem de capitais e organização criminosa.
A investigação aponta para o envolvimento de três empresas no esquema de lavagem de dinheiro. A PF busca identificar os responsáveis pela movimentação de recursos obtidos de forma ilícita através da manipulação de benefícios previdenciários.
Prisão de Envolvidos e Solicitação de Prisão Preventiva
A operação se estende à primeira fase, iniciada em 12 de setembro, que resultou na prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. Segundo o InfoMoney, Antunes atuava como lobista e facilitador do esquema, envolvendo o cadastramento fraudulento de aposentados em associações, utilizando assinaturas falsas para autorizar descontos mensais nos benefícios.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga fraudes no INSS solicitou, nesta quinta-feira (2), a prisão preventiva do presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), Carlos Roberto Ferreira Lopes. O pedido, feito pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), será encaminhado ao ministro André Mendonça, do STF.
A solicitação segue o depoimento de Lopes à comissão na última segunda-feira (30), que culminou em sua prisão por falso testemunho. Ele foi liberado horas depois, mediante fiança. No entanto, os parlamentares consideram que há indícios de crimes mais graves.