PF executa operação contra fraudes em descontos no INSS; Sindnapi é alvo
Polícia investiga Sindnapi, com Frei Chico, irmão de Lula, como vice, em esquema de desvio de dinheiro de aposentadorias e pensões.
Operação Sem Desconto Expande Investigação em Esquema de Irregularidades no INSS
A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira, 9 de outubro de 2025, a segunda fase da operação Sem Desconto, que apura um esquema de débitos irregulares em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação visa aprofundar as investigações sobre crimes como a inserção de dados falsos em sistemas oficiais, a formação de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial.
A operação, que teve início em abril de 2025, culminou no pedido de demissão do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e na criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A investigação se concentra em desvios de recursos destinados a aposentados e pensionistas.
Entre os alvos da operação está o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Frei Chico não está envolvido diretamente nas investigações.
Segundo informações da PF, a operação busca esclarecer a prática de crimes relacionados a fraudes em sistemas oficiais e a dilapidação de recursos do INSS. A investigação também envolve o empresário Maurício Camisotti, atualmente preso, e o empresário Danilo Trento, que também está sob investigação no esquema de desvios.
Um áudio obtido pelo Poder360 revelou que o coordenador da CPMI, Eli Cohen, sugeriu uma negociação com o empresário Márcio Alaor, conhecido como “papa dos consignados”, para que ele dissesse o que queria dizer em seu depoimento ao colegiado. Cohen também tentou fechar um acordo de R$ 7 milhões com Camisotti, orientando Trento sobre uma negociação anterior ao seu depoimento.
“Eu cheguei e falei assim: Danilo, se você quer tomar uma grana do Alaor, tem que ser hoje. É, porque amanhã eu vou estar falando e depois que eu falar não tem volta”, diz trecho do áudio.