Polícia prende 19 suspeitos em operação contra esquema de fraudes milionárias no Pix
Polícia Federal desarticula esquema que desviou R$ 813 milhões. Operação Magníficos Pecadores prende 19 suspeitos no Brasil e exterior. Investigação apura fraude em Pix
Uma suíte de um dos hotéis mais caros de Brasília, localizada a menos de um quilômetro do Palácio da Alvorada, serviu como base para um esquema de fraudes complexo. Criminosos utilizaram apenas um notebook (e possivelmente o frigobar, por precaução) para desviar milhões de reais, sem a necessidade de armas ou violência.
A situação se assemelha a um roteiro de filme, mas a realidade brasileira superou a ficção. Após a subtração de R$ 813 milhões de bancos e fintechs, os envolvidos deixaram o Brasil, cada um seguindo para um destino diferente. Alguns se dirigiram à Europa, enquanto outros fretaram um avião com destino à Argentina.
O plano parecia estar em pleno funcionamento até a recente desarticulação da operação.
Quase quatro meses após o ataque, a Polícia Federal (PF) executou 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão – 19 preventivas e sete temporárias – em 11 cidades brasileiras. Os mandados foram parte da segunda fase da Operação Magníficos Pecadores, que investiga o grupo criminoso responsável pelo suposto roubo do século.
Com a colaboração da Interpol e polícias de Espanha, Argentina e Portugal, as prisões internacionais foram realizadas.
Prisões e Apreensões
A segunda fase da Operação Magníficos Pecadores resultou na prisão de 12 pessoas no Brasil e sete no exterior: seis na Espanha e uma na Argentina. Além disso, os agentes apreenderam veículos, joias, relógios, itens de luxo, armas, munições e cerca de R$ 640 milhões em bens.
Investigação em Andamento
A investigação é conduzida pela Polícia Federal, com apoio do Cyber GAECO do Ministério Público do Estado de São Paulo. A operação também contou com a colaboração do Centro de Coordenação e Comando da Interpol e dos Escritórios da Interpol no Brasil, Espanha, Argentina e Portugal, além da Brigada Central de Fraudes Informáticos da Polícia Nacional da Espanha.
Detalhes do Esquema
De acordo com a PF, o grupo desviou os valores diretamente das contas utilizadas para administrar as transferências Pix de seus clientes. O ataque hacker teve contato com um funcionário da empresa C&M Software, cujo sistema foi o alvo da ação criminosa.
A companhia prestava serviço de interligação de bancos menores à rede do Banco Central (BC).
O ex-empregado da C&M Software foi preso dias após a ação. Segundo informações do Banco Central, o sistema do Pix propriamente dito não foi invadido, e não houve relação com as contas de clientes finais.
Ameaças à Segurança Financeira
A fragilidade do sistema financeiro brasileiro continua sendo uma preocupação. Nos últimos dez dias, outras fintechs e empresas de serviços financeiros foram alvo de ataques, como a Diletta e a FictorPay, com prejuízos que ultrapassam R$ 6 milhões e R$ 1,5 milhão, respectivamente.
Autor(a):
Redação
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