Porta-aviões americano chega à Venezuela e causa alerta na região

Colosso de US$ 13 bilhões, movido por reatores nucleares, é enviado ao Mar do Caribe.

27/10/2025 11:07

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(Imagem de reprodução da internet).

O USS Gerald R. Ford: Um Gigante da Projeção de Poder

Com 337 metros de comprimento, 40 metros de altura e um deslocamento de 100 mil toneladas, o USS Gerald R. Ford (CVN-78) representa um salto quântico na capacidade militar dos Estados Unidos. Mais do que um simples navio, ele personifica o poderio naval americano, projetando influência globalmente.

Tecnologia de Ponta para Operações Avançadas

Movido por dois reatores nucleares A1B, o porta-aviões garante autonomia praticamente ilimitada em alto-mar, operando por longos períodos sem a necessidade de reabastecimento de combustível fóssil. Sua velocidade atinge cerca de 56 km/h, e a tripulação, que inclui marinheiros, pilotos e pessoal de apoio aéreo, oscila entre 4.500 e 5.000 pessoas.

Sistema de Lançamento Inovador

O convés de voo, com 78 metros de largura, é projetado para acomodar até 90 aeronaves, conforme divulgado pela Naval Technology. Entre elas, destacam-se caças F/A-18 Super Hornet, caças furtivos F-35C Lightning II, aviões E-2D Advanced Hawkeye, helicópteros MH-60R/S Sea Hawk e drones de vigilância e ataque.

O sistema de lançamento eletromagnético (EMALS) substitui as antigas catapultas a vapor, permitindo que caças decolem em sequência com menor desgaste estrutural.

Defesa Multidimensional

Além do EMALS, o navio conta com o Evolved Sea Sparrow Missile, um míssil superfície-ar de médio alcance para interceptar aeronaves e drones inimigos, e com o Rolling Airframe Missile (RAM), um sistema de defesa antiaérea de curto alcance. Essas tecnologias permitem que o Gerald R.

Ford opere em zonas de guerra sem apoio direto em terra, projetando poder aéreo em um raio de milhares de quilômetros.

Um Navio Autossuficiente

O USS Gerald R. Ford é uma cidade autossuficiente, equipado com sistemas de energia elétrica avançados, centros de comando automatizados e radares multifuncionais capazes de rastrear centenas de alvos simultaneamente. Ele foi projetado para operar em ambientes de “guerra multidomínio”, integrando dados de satélites, aeronaves e submarinos em tempo real.

Desdobramento no Caribe e Implicações

O Gerald R. Ford e seu grupo de ataque, que inclui os destróieres USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston S. Churchill, foram enviados para o mar do Caribe sob o argumento de reforçar as operações contra o narcotráfico. O Pentágono afirma que o objetivo é “degradar e desmantelar cartéis de drogas latino-americanos”.

No entanto, especialistas apontam que o deslocamento do maior porta-aviões do planeta para uma zona tão sensível vai além do combate ao tráfico.

Tensões com a Venezuela

O professor Vitelio Brustolin, da UFF e pesquisador de Harvard, disse ao g1 que o envio do porta-aviões representa um recado militar direto ao governo de Nicolás Maduro. Segundo ele, “o Gerald Ford amplia a capacidade de realizar ataques de longo alcance e dominar as defesas aéreas da Venezuela”.

A escalada de tensões com a Venezuela se intensifica, com o governo Trump tratando cartéis sul-americanos como organizações terroristas e autorizando operações secretas da CIA contra alvos associados ao chavismo.

Recursos Energéticos e Interesses Estratégicos

A Venezuela abriga as maiores reservas de petróleo do mundo, estimadas em 300 bilhões de barris. Durante uma cúpula da ASEAN em Kuala Lumpur, Malásia, Lula e Trump se reuniram para avaliar os rumos da relação Brasil-EUA, levantando a crise venezuelana e o papel do Brasil como maior país da América do Sul e interlocutor regional no caso da Venezuela.

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