Ouro e Prata Alcançam Novos Patamares em Cenário de Incertezas
O mercado de metais testemunhou um dia de fortes oscilações, com o ouro e a prata atingindo novos recordes de fechamento e máxima. O cenário foi impulsionado por fatores como as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e a crescente tensão comercial entre os Estados Unidos e a China. A prata também subiu, registrando um aumento de 0,38%, a US$ 50,62 por onça-troy, após chegar a 52,49 durante a sessão.
Aumento do Ouro e Pressão no Dólar
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro encerrou em alta de 0,73%, a US$ 4.163,4 por onça-troy após atingir o valor de US$ 4.190,90 por onça-troy durante a sessão. A expectativa por novos cortes de juros nos EUA influenciou o mercado, pressionando o dólar, outro ativo de segurança concorrente dos metais. A moeda norte-americana perdeu força no exterior e frente ao real, acompanhando a melhora do apetite ao risco lá fora.
Desempenho das Bolsas Globais
As bolsas em Nova York apresentaram um desempenho misto. O Dow Jones acelerou a alta e fechou com ganhos de 0,44%. O S&P 500 e o Nasdaq reduziram as perdas e terminaram o dia com baixas de 0,16% e 0,76%, respectivamente. No Brasil, o Ibovespa seguiu sem forças para superar os 142 mil pontos e fechou o dia com queda de 0,07%, aos 141.682,99 pontos. Mais cedo, o principal índice da bolsa brasileira chegou a ensaiar uma alta firme, após declarações do representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, defendendo uma relação comercial mais equilibrada com a China.
Tensão Comercial e Decisões do Fed
A movimentação desta terça-feira (14) nos mercados foi impulsionada pela reação dos investidores ao discurso de Powell, que sinalizou pressão das tarifas sobre a inflação, ao mesmo tempo em que destacou aumento dos riscos para o mercado de trabalho norte-americano — o que foi entendido como um sinal para novos cortes de juros. Para o banco canadense CIBC, o discurso de Powell aponta que a falta de dados causada pela paralisação do governo dos EUA não vai impedir que o banco central corte os juros em outubro. A vice-presidente de supervisão do Fed, Michelle Bowman, também discursou hoje, declarando ser a favor de pelo menos mais duas reduções nos juros.
Novas Tensões na Relação EUA-China
Os investidores também acompanharam uma nova escalada na tensão entre Washington e Pequim, com os norte-americanos reafirmando a possibilidade de impor taxas antes de novembro e os chineses sancionando subsidiárias ligadas aos EUA. Donald Trump chegou a declarar, no fim do dia, que a China estaria causando, propositalmente, dificuldades aos produtores agrícolas norte-americanos ao não comprar a soja dos EUA. “Estamos considerando encerrar negócios com a China relacionados a óleo de cozinha e outros elementos do comércio, como retaliação. Por exemplo, podemos facilmente produzir óleo de cozinha nós mesmos, sem precisar comprá-lo da China”, disse Trump.