Prejuízo da CVC (CVCB3) dispara no segundo trimestre de 2025, ação registra queda superior a 10% e se destaca entre as maiores perdas do Ibovespa

Perdas líquidas aumentaram 109,4% e o cenário cambial desfavorável impactam os papéis da CVC, que aponta para gastos, conflitos e ausência de navios de …

13/08/2025 18:32

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Para uma empresa de turismo, o pior cenário é registrar um resultado negativo em um dia de alta do dólar. Na quarta-feira (13), as ações da CVC (CVCB3) apresentavam queda em meio à divulgação de um prejuízo líquido mais que dobrado em comparação com o mesmo período do ano anterior e com a valorização da moeda norte-americana, com o governo Trump começando a exercer influência.

Por volta das 15h10, as ações de Papelérica apresentavam as maiores perdas do Ibovespa, com queda de 10,34%, sendo negociadas a R$ 2,07. Paralelamente, o principal índice da bolsa brasileira descia 0,61%, atingindo os 137.065,71 pontos.

Na segunda-trimestre de 2025 (2T25), após o fechamento dos mercados, a CVC obteve prejuízo líquido de R$ 46,4 milhões, com aumento de 109,4% em comparação com as perdas do mesmo período de 2024.

O EBITDA ajustado ficou em R$ 92,3 milhões, com crescimento de 28,3% em relação ao período anterior. Apesar do incremento nas despesas com vendas, a margem elevou-se de 70,3% para 92,3% na mesma base de comparação.

Apesar da reação negativa do mercado, o BTG Pactual classificou os resultados como “mistos”. A instituição manteve a recomendação neutra para as ações, mencionando incertezas sobre a recuperação e o progresso da concorrência das agências de viagens online (OTAs). O preço-alvo é de R$ 3,00.

Apesar do crescimento consistente nas reservas e no EBITDA (acima das projeções), o prejuízo líquido aumentou anualmente (uma ocorrência inesperada para as estimativas), influenciado principalmente por resultados financeiros mais fracos, conforme apontam os analistas Luiz Guanais, Yas Cesquim e Pedro Lima em relatório.

A CVC apresenta bom desempenho no Brasil e na Argentina.

A equipe do BTG ressaltou que o balanço da CVC apresentou tendências operacionais “adequadas” nas reservas em dois mercados, Brasil e Argentina, juntamente com sinais de melhora na rentabilidade.

Todavia, os números consolidados mantêm-se pressionados pelas elevadas despesas financeiras, “prejudicando a CVC de apresentar um resultado final positivo”.

No período, a empresa registrou prejuízo financeiro de R$ 74,8 milhões, em comparação com R$ 16,6 milhões no segundo trimestre de 2024.

A principal causa do impacto foi o aumento nos gastos com juros na antecipação de recebíveis e o imposto sobre operações financeiras.

Na Argentina, o imposto sobre transações bancárias aumentou em função do aumento das vendas, elevando diretamente o custo da empresa.

O aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em relação a pagamentos a fornecedores estrangeiros intensificou ainda mais as dificuldades.

Não haverá cruzeiros nas próximas proximas datas.

Na área marítima, espera-se maior complexidade para a CVC no segundo semestre em comparação com o primeiro, em razão da escassez de navios de cruzeiros, o que a empresa está avaliando com a aquisição de embarcações próprias.

O diretor-executivo da empresa, Fabio Godinho, afirmou que a relevância do setor marítimo foi notável no primeiro semestre e aumentará no segundo, devido ao crescimento da participação desse segmento com a proximidade da temporada de verão e ao consequente aprofundamento do impacto.

Não temos o que fazer devido à redução de 30% no estoque, afirmou, citando que a MSC está com dois navios a menos e a Costa com um a menos.

“Estamos vendo a necessidade de retomar o uso de nossos próprios navios para não estarmos expostos a esse tipo de redução”, acrescentou, mencionando o caso do mercado do Rio de Janeiro, com forte presença de minicruzeiros. “Esse mercado praticamente acabou este ano.”

As guerras tiveram um impacto significativo na CVC, influenciando suas estratégias de negócios e operações.

Godinho também mencionou outros fatores que influenciaram o primeiro semestre, relacionados ao cenário geopolítico internacional.

A guerra entre Israel e a Faixa de Gaza, bem como as dúvidas sobre a política imigratória dos Estados Unidos, resultaram em cancelamentos de viagens de grupos religiosos e de intercâmbio.

Contudo, o executivo considera o cenário aéreo mais promissor para a segunda metade do ano, em contraste com o primeiro semestre, quando a Azul aumentou a venda de passagens antecipadamente durante o processo de recuperação judicial.

Com informações do Money Times

Fonte por: Seu Dinheiro

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