Raízen: Milhão de Dólares e Desafios Financeiros da Distribuidora

Raízen: Novo aporte de R$ 1 bilhão surge como esperança ou alerta? JP Morgan destaca cenário positivo, mas ressalta desafios financeiros da distribuidora.

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(Imagem de reprodução da internet).

Raízen: Milagre Natalino ou Sinal de Alerta?

Com menos de uma semana para a estreia de 2026, um cenário de R$ 1 bilhão na conta da Raízen surge como um ponto de inflexão. Este montante, apresentado pelo JP Morgan em relatório de segunda-feira (22), representa um marco significativo, embora não seja suficiente para minimizar os desafios financeiros que a empresa enfrenta.

O valor, comparável a quase uma Cosan inteira (avaliada em aproximadamente R$ 20 bilhões na B3), indica um “milagre natalino” para a distribuidora de combustíveis. No entanto, a situação da Raízen tem sido marcada por dificuldades nos últimos trimestres, com um modelo de negócio que exige alto capital, resultando em aumento do endividamento e diminuição das margens de lucro do setor.

O JP Morgan estima que, com esse montante em caixa, a empresa poderia retornar a uma alavancagem de 2,5 vezes, um cenário que, apesar de positivo, não elimina as preocupações. A empresa enfrenta uma alta alavancagem (4x no quarto trimestre de 2026) e uma queima de caixa nos próximos dois exercícios fiscais, o que exige cautela por parte dos investidores. Além disso, o cenário para o setor de açúcar e etanol não é promissor, com excesso de oferta e queda nos preços do petróleo, o que torna a gasolina mais competitiva em relação ao etanol.

Apesar dos desafios, o JP Morgan reconhece que a Raízen tem feito esforços para melhorar a situação. A empresa estima R$ 500 milhões em economia anual com despesas e foco no programa de desinvestimento, o que pode render até R$ 10 bilhões para ajudar a reduzir a dívida bruta total. Adicionalmente, a empresa anunciou recentemente a venda de ativos no mercado livre para a Tria Energia, empresa controlada pela gestora Pátria Investimentos. A Bloomberg também reportou que Shell e Cosan, acionistas controladores da Raízen, avaliam, junto com o BTG Pactual, uma possível aquisição que pode chegar a R$ 10 bilhões, com o BNDES também sendo um possível interessado em aportar capital.

Enquanto isso, o JP Morgan mantém uma recomendação neutra para as ações da Raízen, mas prefere os papéis da Cosan (CSAN3), considerando que a holding tem uma estratégia alavancada para aproveitar as taxas de juros mais baixas do Brasil e um cenário de mercado mais favorável antes das eleições. O preço-alvo estabelecido para a Cosan é de R$ 6,00, com pouco potencial de valorização frente aos R$ 5,27 atuais. Apesar das restrições, os analistas reconhecem que a Raízen tem feito o dever de casa, buscando otimizar custos e buscar novas fontes de receita.

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