Raízen (RAIZ4) registra prejuízo bilionário e ações caem na bolsa, enquanto BTG permanece otimista; analise os fatores

A ação RAIZ4 liderou as quedas no Ibovespa após anunciar uma perda líquida de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26, registrando uma desv…

14/08/2025 11:23

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A ação RAIZ4 liderou as quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (14), com uma variação de queda de 11,67% logo após a divulgação de um prejuízo bilionário pela Raízen na noite de ontem (13).

A companhia energética obteve prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da temporada 2025/26, em comparação com um lucro de R$ 1,1 bilhão no mesmo período da temporada anterior (2024/25), devido à deterioração no desempenho operacional do período.

A média das estimativas da LSEG apontava para uma perda de R$ 884,7 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa diminuiu 23,4% nos primeiros três meses da safra 2025/26 em comparação com o mesmo período da safra anterior, atingindo R$ 1,9 bilhão, inferior à média esperada pelos analistas de R$ 2,16 bilhões, conforme levantamento da LSEG.

Qual é a avaliação da Raízen sobre os resultados?

A Raízen declarou, em nota, que os resultados estão em conformidade com o plano operacional, mesmo com efeitos negativos de elementos contextuais, incluindo condições climáticas desfavoráveis no início da colheita e perdas de estoque que afetaram as margens no Brasil e na Argentina, além do alongamento da manutenção da refinaria de Buenos Aires.

A gestão financeira da empresa substituiu dívidas de curto prazo por linhas de longo prazo mais vantajosas, diminuiu as operações de acordos com fornecedores, o que elevou o endividamento, e fortaleceu o fluxo de caixa.

As operações de desinvestimento visam otimizar o portfólio e consolidar a estrutura financeira, conforme declarado pela empresa.

Os investimentos estão dentro do esperado, com ênfase na segurança operacional, renovação e manutenção dos canaviais, expansão da rede de postos Shell e finalização dos projetos E2G e da refinaria na Argentina.

O que motivou o BTG a ser otimista em relação à Raízen?

Os analistas do BTG Pactual não demonstraram descontentamento com os resultados, de acordo com um relatório publicado hoje, intitulado “Não ficar parado”.

O BTG Pactual não esperava que os resultados da Raízen fossem tão expressivos, considerando o começo difícil da safra de cana-de-açúcar e as interrupções na manutenção da refinaria na Argentina, que já denotavam menor lucratividade.

De acordo com a BTG, a Raízen está em processo de adequação das operações, ademais de que o banco não tinha expectativas muito altas.

O banco ressalta que o EBITDA de R$ 1,9 bilhão foi 18% inferior ao do ano anterior, porém 6% superior às projeções do BTG e com “melhor qualidade”.

Os analistas apontaram, entre os pontos positivos, aprimoramento da gestão de risco na área de trading, diminuição de 19% nos custos operacionais e administrativos e a contínua otimização do portfólio de usinas de cana.

A distribuição de combustíveis proporcionou ao banco uma boa impressão, devido à forte queda na margem e às tendências positivas de participação de mercado. O BTG considera a parada para manutenção na refinaria da Argentina como um evento pontual.

O BTG afirma que faltam ações para otimizar ainda mais o quadro da empresa: “agilizar o processo de recuperação”.

Ajustar o capital de investimento, diminuir a operação de comercialização e desinvestir em ativos não essenciais são medidas positivas, mas não devem ser suficientes. Assim, receberam com satisfação a mensagem contida no comunicado que afirma: “A empresa continua avaliando proativamente, em conjunto com seus acionistas controladores, a possibilidade de um potencial aumento de capital”.

O que fazer com as ações?

No período, a ação RAIZ4 caiu mais de 50%.

Ainda assim, de nove recomendações de bancos e casas de análise, seis são de compra (incluindo BTG Pactual e XP) e três de manutenção do papel.

O valor pretendido é de R$ 2,40 para o XP e R$ 3 para o BTG.

Com informações do Money Times.

Fonte por: Seu Dinheiro

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