O Impacto das Redes Sociais no Consumo
As plataformas digitais transformaram-se em espaços permanentes de exibição de produtos e tendências, influenciando diretamente as decisões de compra. O uso de anúncios direcionados e o marketing de influência criam um ambiente onde o consumidor é exposto a ofertas no momento ideal para uma compra impulsiva.
Essa dinâmica prioriza o desejo imediato em detrimento do planejamento financeiro. As redes sociais se tornaram palcos onde novas tendências e lançamentos “imperdíveis” são constantemente apresentados, moldando rapidamente o que se torna um consenso entre os usuários.
O consumo, portanto, deixa de ser um processo racional e assume uma dimensão emocional, impulsionado pela busca por novidades e pela influência do que é popular no momento.
A Influência de Criadores e Marcas
Criadores de conteúdo desempenham um papel significativo nesse cenário, exibindo “achados” e rotinas de consumo como parte natural do seu conteúdo. Paralelamente, as marcas investem em campanhas hipersegmentadas, buscando atingir o consumidor no momento em que ele demonstra maior vulnerabilidade ou disponibilidade emocional.
Essa estratégia se complementa com a exibição de rotinas de compra pelos criadores, reforçando a ideia de que determinados produtos são essenciais para o dia a dia. As marcas, por sua vez, intensificam campanhas personalizadas, adaptadas ao comportamento, interesses e emoções do público.
O Efeito Viral e o Consumo
A velocidade de propagação de tendências virais amplifica ainda mais o impacto das redes sociais no consumo. Exemplos como o pistache, que se tornou febre nacional, e o “morango do amor” ilustram como uma tendência pode se espalhar rapidamente.
Nesses casos, o desejo imediato é despertado, e o receio de ficar de fora da tendência leva à compra. Muitas vezes, essa compra ocorre sem planejamento financeiro prévio.
Desafios e a Importância da Educação Financeira
O problema surge quando esse padrão de consumo se torna uma rotina, com parcelamentos longos e pequenos gastos recorrentes. Essa prática pode gerar uma falsa sensação de controle, mas compromete o orçamento ao longo do tempo.
“Compras impulsivas parecem inofensivas, mas acumuladas tendem a evoluir para endividamento”, afirma Rodrigo Mandaliti, presidente do IGEOC (Instituto Gestão de Excelência Operacional em Cobrança). Ele ressalta a importância de compreender o papel das redes sociais nas decisões de consumo.
“A educação financeira ajuda o consumidor a reconhecer gatilhos, filtrar influências e adotar hábitos mais saudáveis”, conclui Mandaliti.
