Reino Unido Proíbe Revenda Abusiva de Ingressos e Protege Fãs

Reino Unido Busca Regular Revenda de Ingressos para Eventos

A busca por uma experiência mais justa na compra de ingressos para shows e eventos de entretenimento ganhou força no Reino Unido. Diante da exploração de cambistas e da revenda abusiva de bilhetes, o governo anunciou planos para tornar ilegal a revenda de tickets acima do valor original.

Essa medida visa proteger os fãs e garantir que mais pessoas possam curtir seus artistas e eventos favoritos a um preço justo. O Secretário de Negócios, Peter Kyle, destacou que o objetivo é “destruir esse modelo” e assegurar que os fãs sejam priorizados.

O anúncio do governo foi resultado de uma pressão crescente, impulsionada por artistas como Sam Fender, Dua Lipa e Coldplay, que assinaram uma carta aberta exigindo que o primeiro-ministro Keir Starmer cumprisse suas promessas e implementasse medidas rigorosas contra os cambistas.

A polêmica com a venda de ingressos para o show do Oasis no ano anterior também contribuiu para o debate e a necessidade de regulamentação.

As novas regras propostas pelo governo britânico incluem quatro diretrizes principais. Em primeiro lugar, a revenda de ingressos acima do valor oficial será considerada ilegal. Em segundo lugar, haverá um limite para as taxas de serviço cobradas pelas plataformas de revenda, a fim de evitar que o preço máximo seja inflacionado.

Em terceiro lugar, as plataformas de revenda terão a obrigação legal de monitorar e garantir o cumprimento do limite de preço. Por fim, será proibida a revenda de ingressos em quantidade superior à que o comprador tinha direito na venda inicial.

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido já havia avançado na garantia de mais transparência na venda de ingressos, como resultado do acordo com a Ticketmaster, empresa norte-americana de distribuição e revenda. A Ticketmaster deverá avisar os fãs com 24 horas de antecedência sobre os preços diferenciados, fornecer informações mais claras sobre os valores durante as filas online e acabar com as etiquetas enganosas nos ingressos.

O governo britânico e a CMA apontam que esse acordo passa a servir de referência para todo o setor.

No Brasil, o Projeto de Lei 3.115/23, apelidado de “Lei Taylor Swift“, busca avanços semelhantes, mas permanece parado no Senado. O episódio durante os shows da Taylor Swift por aqui, em 2023, demonstrou uma dinâmica parecida no contexto de revenda no mercado secundário.