Renda e Inflação: Economistas alertam para possível pressão inflacionária no cenário econômico
Economistas preveem crescimento da renda e cautela na política monetária. Apesar de sinais de desaceleração, Pnad Contínua aponta avanço nos rendimentos.
Renda e Inflação: Análise do Cenário Econômico
Apesar dos sinais de desaceleração do mercado de trabalho e da atividade econômica, os dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) indicam um avanço significativo nos rendimentos. Economistas consultados apontam para uma continuidade do crescimento real da renda nos próximos meses, sem gerar pressões adicionais para a política monetária.
A tendência é impulsionada por um mercado de trabalho ainda apertado, com a taxa de desemprego neutra abaixo do nível de equilíbrio.
Fatores que Sustentam o Crescimento da Renda
Rodolfo Margato, da XP Investimentos, destaca que a estabilidade do emprego e o crescimento da renda real são sustentados pela taxa de desemprego neutra, que se mantém abaixo do equilíbrio. Ele também aponta para uma projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7% em 2026, com viés de alta, impulsionado pela renda real em ascensão.
A expectativa é de uma moderação da renda no ano seguinte, mas ainda com uma variação positiva.
Projeções de Crescimento e Impacto na Inflação
A XP Investimentos projeta um crescimento real de 3,2% para o rendimento médio neste ano e de 2,3% em 2026, com uma expansão da massa de renda real de 5% em 2025 e de 3,5% no próximo ano. No entanto, o economista Antonio Ricciardi, do Banco Daycoval, alerta que o crescimento dos rendimentos, acima da produtividade da economia, pode gerar um viés inflacionário.
A projeção para a inflação de serviços em 2025 é de 5,8%, distante do teto inflacionário de 4,5%, e o Daycoval estima um alívio da inflação de serviços em 2026.
Política Monetária e Perspectivas Futuras
André Valério, economista sênior do Inter, avalia que o mercado de trabalho segue resiliente, mas os rendimentos reais estão perdendo força na comparação interanual. Ele destaca que os salários de admissão têm diminuído, e que o avanço real nos rendimentos está relacionado ao pós-pandemia.
O Inter prevê o início do afrouxamento monetário em janeiro, com um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic, e o Banco Central deve manter a comunicação de cautela e dependência de dados nas próximas reuniões. A XP Investimentos projeta um afrouxamento monetário em março de 2026, com cortes de 0,50 ponto porcentual, levando a Selic a 12% no final do próximo ano.
Autor(a):
Redação
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