Roubo Cultural: Obras de Matisse e Portinari Desaparecem no MAM
Roubo Cultural no MAM: Obras de Matisse e Portinari Desaparecem! Criminosos levam gravuras de Matisse e Portinari. Autoridades acionam Interpol e Ibram
Roubo Cultural no MAM: Obras de Matisse e Portinari Desaparecem
No último domingo (7), a Biblioteca Municipal Mário de Andrade sofreu uma perda cultural significativa, com a subtração de obras de arte de alto valor. Oito gravuras de Henri Matisse e cinco de Candido Portinari foram levadas por criminosos armados, gerando grande preocupação entre autoridades e especialistas.
Detalhes do Crime e Declarações Oficiais
O crime ocorreu no centro de São Paulo, conforme relatado por Cauê Alves, curador-chefe do MAM. Os valores do seguro das obras são confidenciais, devido a contratos, conforme informado ao G1. A Secretaria de Cultura ressaltou o valor cultural, histórico e artístico das peças, que não podem ser mensurados apenas economicamente.
Estimativas de Preços e Avaliações
Apesar da incerteza sobre o valor do seguro, especialistas já apresentaram estimativas. Suzana Meyer Garcia, perita da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, estima que cada gravura de Matisse possa valer entre US$ 20 mil e US$ 40 mil (cerca de R$ 108.600 a R$ 217.200) se a obra estiver completa, com as 20 gravuras.
O conjunto completo, organizado como livro original, teria um valor estimado em pelo menos US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1 milhão).
Estimativas para as Obras de Portinari
Para as gravuras de Portinari, a estimativa é de que cada uma possa valer entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, conforme afirma Suzana Meyer Garcia. No total das cinco peças roubadas, o valor seria de R$ 25 mil a R$ 50 mil. Acacio Lisboa, de uma galeria, estima um valor ainda maior, em torno de R$ 40 mil cada.
A Técnica Pochoir e a Artesanalidade das Obras
As gravuras foram produzidas utilizando a técnica pochoir, uma impressão inteiramente artesanal. Essa técnica emprega estênceis (moldes vazados) para aplicar tinta ou cor apenas em áreas específicas da superfície, resultando em imagens com textura e aspecto pictórico, cada exemplar sendo praticamente único.
A produção começou em 1943, no auge da Segunda Guerra Mundial, quando Matisse, com mobilidade reduzida após um diagnóstico de câncer, substituiu a pintura por recortes de papel colorido.
A Recuperação das Obras e Ações da Prefeitura
A Prefeitura de São Paulo acionou a Interpol e a Polícia Federal para evitar que as obras de arte saiam do Brasil. A Interpol possui um aplicativo e um banco de dados global para auxiliar na busca e recuperação de bens roubados. A administração municipal notificou o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além da Associação Brasileira de Galerias de Arte (AGAB).
O Legado de Matisse e Portinari
Henri Matisse, pintor, escultor e desenhista francês que faleceu em 1954, é reconhecido por instituições como o Museu de Arte Moderna de Nova York e o Centre Pompidou como um dos artistas mais influentes do século 20, destacando-se pelo uso inovador da cor, linhas simplificadas e formas expressivas, com sua obra desempenhando um papel central no desenvolvimento da arte moderna.
A edição de número 102 (de 207 produzidas) do livro Jazz, reunindo 20 gravuras do artista, foi alvo do roubo.
Candido Portinari, um dos mais importantes artistas brasileiros do século 20, também foi vítima do crime. Sua obra contribuiu para a consolidação da arte moderna no país e para a projeção da arte do Brasil internacionalmente. Suas cinco gravuras roubadas faziam parte de uma edição especial de bibliófilo do romance Menino do Engenho, ilustrado por ele.
As obras de Portinari foram produzidas em gravura em metal, através de processos de água-forte e água-tinta, técnicas que permitem criar linhas precisas (água-forte) e áreas de sombra e tonalidade (água-tinta).
Autor(a):
Redação
Portal de notícias e informações atualizadas do Brasil e do mundo. Acompanhe as principais notícias em tempo real