Ryanair aumenta bônus por bagagem irregular, gerando nova turbulência

Ryanair, companhia aérea irlandesa, aumentará o pagamento de funcionários que identificarem bagagens com irregularidades.

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(Imagem de reprodução da internet).

Ryanair Aumenta Bônus por Fiscalização de Malas

A criatividade voou longe e pousou nos portões de embarque dos aeroportos. Após a easyJet, que começou a pagar bônus a funcionários terceirizados que identificavam malas fora do padrão, a Ryanair, companhia europeia de baixo custo, vai aumentar os prêmios em dinheiro a funcionários que medem malas e flagram excessos.

Segundo o The Guardian, a recompensa por cada mala irregular passará de € 1,50 (R$ 9,39) para € 2,50 (R$ 15,67), segundo o CEO Michael O’Leary.

E, para que a motivação voe ainda mais alto, o teto mensal de € 80 (R$ 501,28) será abolido. Ou seja, quanto mais malas fora do padrão o atendente flagrar, mais ele ganha.

Produtividade medida em centímetros

Incentivos de produtividade sempre existiram — mas raramente com tanta precisão métrica. Enquanto algumas empresas pagam por metas de lucro, eficiência energética ou engajamento interno, a Ryanair conseguiu transformar a triagem de bagagens em KPI (indicador de desempenho).

E, do ponto de vista financeiro, parece uma jogada brilhante:

Gera receita extra com as taxas de bagagem;

Reduz atrasos no embarque;

E ainda vende uma imagem de eficiência operacional.

Os clientes pegos com malas fora do padrão podem ser cobrados em até € 75 (R$ 469,95) para despachar o item no porão. Ou seja, o bônus máximo pago ao funcionário é simbólico — menos do que o preço de uma única multa aplicada.

De acordo com a política da Ryanair, a tarifa básica inclui apenas um item pequeno, que deve caber sob o assento à frente — 40 × 30 × 20 cm.

Malas de até 10 kg podem ter dimensões no limite de 55 cm x 40 cm x 20 cm. Entretanto, é preciso pagar de 12 euros (R$ 75) no momento da reserva até 60 euros (R$ 377) quando o pagamento é feito no aeroporto (os valores mudam de acordo com o momento, a rota e a data do voo).

Caso uma mala esteja dentro das dimensões, mas acima do peso limite, o viajante deverá pagar uma taxa de 13 euros (R$ 82) por quilo extra na bagagem despachada.

O’Leary defende que as regras são claras: “Queremos que todos sigam as regras. Se você seguir as regras, não há problema”, disse em coletiva em Londres.

O executivo afirma que apenas 0,1% dos 200 milhões de passageiros anuais é parado para inspeção.

Ainda assim, segundo ele, o reforço na fiscalização é “essencial para manter as tarifas baixas e a pontualidade dos voos”.

A disputa entre as low cost

Em julho, o The Guardian revelou que a easyJet havia criado um esquema de bônus por mala fora do padrão, pago aos funcionários terceirizados da Swissport, que cuidam do embarque em aeroportos britânicos. A recompensa era de £ 1,20 (cerca de R$ 8) por cada bagagem de cabine irregular detectada.

Mas a iniciativa não durou muito. A easyJet foi acusada de comissionar a fiscalização de passageiros e acabou se distanciando do próprio programa.

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