Santander aponta empresas vencedoras e perdedoras no envelhecimento da América Latina
Santander alerta: Nova demografia impulsiona saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade.
Envelhecimento da População na América Latina: Oportunidades e Desafios
A América Latina enfrenta um cenário demográfico em rápida transformação, com um envelhecimento populacional acelerado. Este movimento, embora apresente desafios econômicos e de produtividade, também abre novas oportunidades para diversos setores, conforme apontado em um estudo do Santander.
A principal responsável por este cenário é a mudança nos padrões de consumo, que impulsiona o crescimento de setores voltados para a população mais velha.
Impactos Demográficos e Econômicos
De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a região é a mais envelhecida do mundo, com uma projeção de que a parcela da população com mais de 65 anos passe de 10% para 20% em apenas 29 anos. Essa transição é mais rápida do que na Europa, onde o processo demográfico durou 56 anos.
O envelhecimento populacional afeta diretamente o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita e a produtividade, além de gerar pressão sobre os orçamentos públicos. A janela de oportunidade do “dividendo demográfico“, que se refere ao período em que a população em idade ativa é majoritária, adicionou 0,5% ao PIB per capita da região até o final do século XX.
No entanto, essa porcentagem deve cair para zero nos próximos 25 anos se não houver políticas estratégicas para aumentar a produtividade do trabalho.
Setores em Ascensão
O setor de saúde é o principal beneficiado pelo envelhecimento da população, impulsionado pelo aumento significativo na demanda por serviços de saúde e medicamentos. Estudos da McKinsey mostram que, em países com um estágio de envelhecimento avançado, como China, Alemanha, Japão e Estados Unidos, após os 65 anos, as pessoas gastam mais em categorias como saúde básica.
Empresas como Rede D’Or, Hypera, Fleury e SmartFit podem se beneficiar desse aumento no gasto per capita com saúde. Além disso, setores como alimentação em casa, eletrodomésticos e serviços públicos, e varejistas como Assaí, Cencosud, Magazine Luiza e outras empresas de utilities, também devem apresentar crescimento.
Oportunidades e Riscos
O estudo do Santander projeta que o aumento da renda dos cidadãos pode criar espaço para uma maior contratação de planos de saúde e seguros privados, além de estimular fintechs a criarem produtos voltados à longevidade financeira. No segmento imobiliário, espera-se um impacto positivo para as construtoras, refletindo um déficit habitacional na região e uma mudança na demanda do mercado imobiliário de imóveis menores para maiores, e vice-versa.
No entanto, o estudo da McKinsey aponta que, ao ultrapassar os 65 anos, as pessoas tendem a reduzir a frequência de viagens, impactando negativamente o setor de hotéis e transportes, e também podem diminuir os gastos com educação, uma vez que a maior parte dos gastos com estudos ocorre entre 0 e 25 anos.
Autor(a):
Redação
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