Santander Ajusta Expectativas para Ações da Minerva
O Santander elevou o preço-alvo das ações da Minerva de R$ 7,10 para R$ 7,50, mantendo a recomendação de compra (outperform). Essa revisão reflete a análise do banco após a queda de 14% nas ações da empresa na última quinta-feira (6), em resposta aos resultados financeiros do terceiro trimestre.
A instituição acredita que há potencial de valorização de 25% nas ações, considerando também os R$ 572 milhões em dividendos esperados para o período de 2026.
Os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata justificam a mudança, ressaltando que os fundamentos da Minerva permanecem sólidos. A forte demanda por exportações de carne bovina, juntamente com a entrada em operação de novos ativos, sustentam essa avaliação.
O banco elevou a projeção de Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2025 para R$ 5,1 bilhões, alinhada com as expectativas do mercado.
Análise do Mercado e Fluxo de Caixa
A equipe do Santander avalia que a reação inicial do mercado às notícias da Minerva foi exagerada, especialmente em relação às preocupações com o fluxo de caixa da empresa. O banco destaca que parte das perdas registradas em caixa estão relacionadas à proteção cambial da dívida em dólar, o que pode distorcer temporariamente o resultado financeiro.
A Minerva apresentou perdas em caixa de R$ 442 milhões devido ao uso de derivativos, decorrentes do desalinhamento entre a exposição econômica da empresa e a estrutura de hedge financeiro utilizada. Os analistas explicam que ganhos e perdas com derivativos são realizados em curto prazo, enquanto a avaliação de mercado da dívida não é liquidada imediatamente, gerando uma distorção temporária no fluxo de caixa reportado.
Cenário Favorável para o Setor de Carne Bovina
O Santander mantém uma visão otimista sobre o setor de carne bovina. As exportações da América do Sul, especialmente a brasileira, continuam robustas, impulsionadas pela demanda da China e dos Estados Unidos. Apesar do aumento nos custos de produção do gado, o banco acredita que o mercado já incorporou essa tendência, com uma compressão de margens esperada para 2026.
No Brasil, a retenção de matrizes (vacas reprodutivas) permanece limitada devido aos altos juros, o que dificulta a recomposição dos rebanhos. O Uruguai apresenta uma tendência positiva de abates, enquanto a Argentina se beneficia do aumento da demanda por exportações para os Estados Unidos.
