Canetas Emagrecedoras: Expectativas e Realidade no Mercado
O uso de canetas injetáveis para emagrecimento tem se tornado cada vez mais comum no Brasil, mas o custo ainda representa um obstáculo para muitos consumidores. Apesar da recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que vetou a prorrogação da patente da semaglutida, o princípio ativo do Ozempic, espera-se que os preços não diminuam imediatamente.
A expectativa por medicamentos genéricos e concorrentes no mercado ainda é distante.
A decisão do STJ, que limitou a duração da proteção patentária a 20 anos, abre espaço para a entrada de novos concorrentes, mas o processo de lançamento de medicamentos biológicos, como os à base de semaglutida, é complexo e demorado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige testes rigorosos para garantir a segurança e eficácia dos novos produtos, o que dificulta a entrada de novos laboratórios no mercado.
A complexidade reside no fato de que esses medicamentos são biológicos, exigindo o desenvolvimento de biossimilares, um processo que demanda investimentos elevados, prazos longos e uma estrutura técnica sofisticada. Mesmo após o vencimento da patente, poucos laboratórios conseguem, rapidamente, cumprir todas as exigências da Anvisa para lançar um concorrente no mercado.
O papel do Sistema Único de Saúde (SUS) e da regulação de preços também influencia a dinâmica do mercado. A formação de preços é influenciada por mecanismos institucionais, como a regulação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), além das estratégias de compras públicas e dos contratos de médio e longo prazo firmados pelo SUS.
O impacto concorrencial costuma ser mais perceptível no médio prazo, à medida que novos entrantes obtêm registro sanitário, ganham escala produtiva e passam a disputar efetivamente tanto o mercado público quanto o privado.
Preços e Alternativas no Mercado
O Ozempic (semaglutida), por exemplo, pode ser encontrado por cerca de R$ 900 a R$ 1.300 por embalagem com quatro doses semanais, dependendo da farmácia e do estado. Uma alternativa é o Wegovy, voltado especificamente para emagrecimento, com preços que variam entre R$ 925 e R$ 1.799, dependendo da concentração da caneta e eventuais promoções.
Já o Mounjaro (tirzepatida) tem custo mensal estimado entre R$ 1.406,75 e R$ 1.859,65, dentro de programas de desconto oferecidos pelas fabricantes.
Fora desses programas, o preço pode chegar a R$ 2.384,34 ou mais, dependendo da dose e da alíquota de ICMS em cada estado. A alternativa mais barata hoje são os chamados “Ozempics brasileiros”, como Olire e Lirux, à base de liraglutida. O tratamento mensal completo pode custar de R$ 700 a mais de R$ 1.100, variando conforme a dose, o número de canetas e a farmácia.
