Taesa (TAEE11) avança após resultados superiores ao esperado, divulga pagamento de dividendos, é momento de adquirir a ação?
A receita da companhia elétrica aumentou devido à ativação de ativos, conforme apontam os analistas, contudo, os custos operacionais suscitam preocupações.
As ações da Taesa (TAEE11) fecharam nesta quinta-feira (14) em alta na B3, impulsionadas pelos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), que superaram as expectativas, porém com dividendos modestos de R$ 299 milhões aprovados para o período.
A TEE11 avançou 0,45%, a R$ 33,33, enquanto o Ibovespa fechou com queda de 0,24%, aos 136.356 pontos. No ano, o papel acumula valorização de 5,62%.
Os analistas consideram que os dados indicam uma situação com particularidades para a empresa de energia, sem sinais de valorização.
A Taesa registrou um lucro líquido regulatório de R$ 299,4 milhões, representando um aumento de 1,8% em relação ao mesmo período de 2024. Esse resultado superou as expectativas do consenso da Bloomberg de R$ 283 milhões.
O EBITDA regulatório totalizou R$ 521,7 milhões, representando um avanço de 7,5% em relação ao ano anterior e em conformidade com as expectativas do mercado, que apontavam para R$ 524 milhões.
Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o resultado foi influenciado por uma menor taxa de imposto no período e menores despesas com juros do que o previsto.
A Taesa busca novos investimentos para garantir sua operação.
BTG Pactual, Citi e Hungria consideram que a energização de ativos como Pitiguari e os reforços da Novatrans contribuíram para a receita líquida da Taesa no segundo semestre de 2025.
Assim, a empresa permanece com avaliação adequada, contudo sem notável expectativa de valorização no presente cenário, apesar de apresentar resultados um tanto superiores ao projetado.
A receita foi impulsionada por ajustes anuais de Receita Anual Permitida (RAP) vinculados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), porém, essa elevação foi parcialmente contrabalanceada por deflação ou reajustes negativos de RAPs ligados a outros indicadores.
A Hungria reiterou a recomendação de neutralidade para a Taesa, que, ao longo do ano, apresentou um aumento de 6% em sua valorização, em contraste com uma valorização de quase 13% do Ibovespa no mesmo período.
O Citi prosseguiu com a recomendação neutra para a Taesa, classificando o 2T25 como “sem ocorrências”. O preço-alvo é de R$ 33.
A instituição financeira norte-americana considera pouco interessante a empresa negociando com uma Taxa Interna de Retorno (IRR) real de 8,1%, em contraste com outros concorrentes do setor, como a Alupar (com uma IRR real de 10,4%).
O BTG manteve a recomendação de venda para as ações da Taesa, com preço-alvo de R$ 35, justificando a avaliação pelo aumento das despesas operacionais recorrentes.
Taesa registra aumento nas despesas operacionais no segundo semestre de 2025.
As despesas operacionais contínuas da Taesa aumentaram 8,1% em comparação com o mesmo período de 2024. Os custos, despesas e depreciação e amortização totalizaram R$ 201,7 milhões no segundo semestre de 2025, um crescimento de 10,9% em relação ao segundo semestre de 2024.
Os custos e despesas gerais ascenderam a R$ 100 milhões, representando um aumento de 8,1%, devido ao incremento na área de Pessoal e, sobretudo, maiores volumes de provisões para contingências no período.
A despesa financeira líquida regulatória atingiu R$ 227,1 milhões no segundo semestre de 2025, representando um aumento de 11,9% em relação ao registrado no segundo semestre de 2024. Os projetos da empresa seguem em desenvolvimento, com Pitiguari totalmente operacional (24 meses antes do previsto) e outros projetos como Tangará (71%) e Saíra (80%) em andamento.
A exposição elevada da Taesa, para o Citi, pode restringir a viabilidade dos pagamentos de dividendos, juntamente com a possibilidade de atrasos ou excedentes de custos em projetos em desenvolvimento.
A Taesa distribui dividendos e JCP, gerando retornos para seus acionistas.
A Taesa também comunicou a distribuição de R$ 299 milhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) em conjunto com os resultados do 2T25.
Os dividendos correspondem a R$ 79 milhões, equivalendo a R$ 0,07673068625 por ação ordinária e R$ 0,23019205875 por unit. O valor total a ser pago do JCP será de R$ 220 milhões, correspondendo a R$ 0,21299311934 por ação ordinária e preferencial e R$ 0,63897935802 por unit.
É importante ressaltar que os juros sobre o capital próprio estão sujeitos à retenção do Imposto de Renda na fonte, com alíquota de 15%.
Serão R$ 0,28972380559 a pagar por cota de ações ordinárias e preferenciais da elétrica e R$ 0,86917141677 por cota, com vencimento em 27 de novembro de 2025.
Os acionistas com participação acionária terão direito ao recebimento dos proventos em 18 de agosto. A partir de 19 de agosto, as ações passarão a ser negociadas “ex-dividendos intercalares e JCP”.
O investidor pode escolher adquirir os títulos imediatamente para assegurar os lucros ou esperar a data de corte para obter o ativo potencialmente a um valor inferior, porém sem a garantia de rendimentos.
Fonte por: Seu Dinheiro