Tesouro IPCA+ 8%: R$ 10 mil triplicam em prazos longos!

Juro real no Tesouro Direto pode triplicar patrimônio! Investimento indexado à inflação é histórico.

22/10/2025 6:38

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Tesouro IPCA+ 8%: R$ 10 mil triplicam em prazos longos!
(Imagem de reprodução da internet).

Retornos Históricos do Tesouro IPCA+: Simulações e Estratégias

As taxas dos títulos indexados à inflação do Tesouro Direto alcançam níveis históricos, um patamar raramente visto nos diferentes vencimentos do Tesouro IPCA+. O título com vencimento em 2029 oferece uma rentabilidade de aproximadamente 8% acima da inflação, enquanto papéis com prazos mais longos rendem mais de 7% + IPCA.

Retornos Robustos com Juros Elevados

Ao obter uma rentabilidade real (acima da inflação) nesses níveis, o retorno nominal (real + inflação) se torna robusto por anos. Analistas estimam que, com uma inflação média anual na casa dos 5%, um investidor pode dobrar o patrimônio investido em sete anos.

Inflação e Retorno: Uma Relação Crucial

Mesmo que o Banco Central atinja a meta de inflação de 3%, o título do Tesouro Direto continuaria pagando 10% ao ano (7% real + 3% de inflação). No entanto, considerando que a inflação histórica do Brasil é de 5%, o retorno nominal tende a se manter próximo de 12% ao ano – ou 1% ao mês.

Simulações de Retorno: Impacto da Inflação

Para ilustrar o potencial de retorno, a Simulação Tesouro IPCA+ analisou diferentes cenários, incluindo juros de 7% a 8% e 4,5% como retorno médio histórico. A simulação considerou um aporte inicial de R$ 10 mil e uma inflação média de 5% ao ano.

Em um cenário de juro real de 8,05% em 17/10/2025, o Tesouro IPCA+ 2029 entrega um ganho líquido de R$ 5.582, já descontados os 15% de imposto de renda. R$ 2.155 é correção da inflação e R$ 3.427 é rentabilidade real. O saldo do investidor seria de R$ 15.582,35 no vencimento, um retorno de 55% ante o valor inicial.

Em comparação, com um juro real de 5% – o retorno médio histórico –, o ganho líquido total cairia para R$ 4.058,37, ou cerca de 40%. A correção pela inflação permanece a mesma, mas a rentabilidade real líquida diminui para R$ 1.903.

Vencimentos e Horizonte de Investimento

O período de dez anos (Tesouro IPCA+ 2035) é considerado quase o prazo “ótimo” para títulos indexados à inflação. Com este tempo de aplicação, os investimentos em Tesouro IPCA+ são historicamente mais lucrativos do que investir diretamente em títulos indexados às taxas de juros, como o CDI.

Com um juro real de 7,73%, o retorno líquido do Tesouro IPCA+ 2035 soma R$ 20.652,68. Desse total, R$ 6.288,95 é referente à correção da inflação e R$ 14.363,74 é a rentabilidade real líquida. O montante inicial triplica para R$ 30.652,68.

Considerando um juro real de 4,5% no mesmo título, o retorno ainda é significativo, mas dobra. O ganho líquido total cairia para R$ 13.521,77. A correção de inflação é a mesma, porém, a rentabilidade real líquida diminui para R$ 7.232,82 após a cobrança de IR. A soma, com o principal, fica em R$ 23.521,77.

Riscos e Oportunidades: A Volatilidade do Tesouro Direto

Para quem busca um horizonte de longo prazo, o título de 2029, mesmo com 8% de juro real, não representa um retorno maior que os demais títulos Tesouro IPCA+, por simplesmente acompanhar as taxas atuais de juro e inflação. Com um prazo menor, há menos tempo para incidirem os juros compostos – efeito de juro sobre juro que aumenta o lucro de investimentos.

Apesar do potencial de retorno, é importante considerar que os papéis do Tesouro Direto, incluindo o Tesouro IPCA+, têm um comportamento oscilante no dia a dia. Os preços dos títulos públicos variam diariamente, mais ou menos como acontece com as ações. Novos dados de inflação, taxa de desemprego, aumento ou queda significativa no câmbio, tudo isso impacta as expectativas do mercado em relação aos juros no futuro — e, consequentemente, influenciam os preços dos títulos.

Como preço e taxa têm correlação negativa no Tesouro Direto (quando a taxa sobe, o preço cai e vice-versa), o investidor fica sujeito ao sobe e desce dos seus títulos por todos esses anos até o vencimento. Essa é a tal da marcação a mercado.

Se o investidor tiver estômago para essas oscilações, os possíveis ganhos estão aí, registrados nas simulações.

Estratégias de Investimento: Vencimentos Médios ou Longos?

A escolha do prazo depende do objetivo e da capacidade do investidor de resistir aos solavancos do mercado. De modo geral, a indicação dos especialistas é de levar os títulos até o vencimento e não de tentar ganhar com a possível valorização dos títulos, vendendo-os antes do vencimento. Como estamos diante da possibilidade de cortes de juros, a tendência é que as taxas do Tesouro IPCA+ recuem, enquanto seus preços devem aumentar.

Se isso realmente ocorrer, é possível realizar os ganhos com a venda antecipada, mas o retorno pode não ser tão significativo quanto o de manter o título na carteira e continuar recebendo essas taxas elevadas por mais tempo, especialmente se os juros lá na frente permanecerem em patamares mais baixos. Para os especialistas ouvidos pela reportagem, portanto, levar ao vencimento é o mais atrativo no momento.

Além disso, considerar o horizonte de investimento do investidor é importante. Os títulos indexados à inflação dão melhores resultados depois de cinco anos, ainda que sejam vendidos antecipadamente. Para quem busca travar o ganho real no longo prazo, especialistas recomendam os vencimentos longos, como 2035 ou 2040.

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