Trump aposta em dólar fraco e Brasil pode se beneficiar da crise

Trump defendia dólar mais fraco, mas desvalorização atual é efeito colateral de decisões que minaram confiança na moeda global.

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(Imagem de reprodução da internet).

Desacelerando o Dólar: Uma Nova Ordem Global

O debate sobre o futuro do dólar americano ganha força, com crescentes indícios de um processo de desdolarização ou, pelo menos, de uma perda gradual de sua hegemonia. Essa discussão não se baseia em um colapso iminente do poder americano ou em visões de excepcionalismo dos EUA, fenômeno que se intensificou após a crise de 2008.

A Crise de Confiança no Dólar

Apesar de o dólar continuar sendo a principal moeda de reserva internacional desde Bretton Woods em 1944, sua posição está sendo questionada. A política econômica nacionalista de Donald Trump, com tarifas e pressões sobre a moeda, corroeu a confiança global e gerou dúvidas sobre sua estabilidade a longo prazo. O “Dia da Libertação”, com a imposição de tarifas, marcou um ponto de virada na percepção do dólar.

Fatores que Desafiam a Hegemonia

A deterioração da credibilidade do dólar se intensificou com a descolagem de sua trajetória em relação às taxas de juros americanas, que perderam sua força como principal fundamento de sua estabilidade. Fatores internos, como o controverso “One Big Beautiful Bill Act”, que aumentou déficits fiscais e dívida, e a pressão sobre o Federal Reserve para reduzir juros, agravaram o cenário. Essa vulnerabilidade do dólar se reflete em incertezas fiscais, institucionais e de governança nos Estados Unidos.

Um Mundo Multipolar em Construção

O início do fim da hegemonia norte-americana coincide com a era da hiperglobalização, impulsionada pela entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001. Essa transformação, que gerou desequilíbrios e ressentimentos, pavimentou o caminho para uma ordem mais multipolar, com o Brasil e outros mercados emergentes ganhando relevância.

Desafios e Oportunidades para o Brasil

O Brasil, historicamente, se beneficia de períodos de dólar mais fraco, com a redistribuição de capitais internacionais. A diversificação de investimentos, em setores como saúde, defesa e tecnologia, pode capturar essa tendência de desdolarização, que se reflete em uma nova ordem global.

Conclusão

Embora os EUA permaneçam a maior economia do mundo, a perda gradual de sua hegemonia é uma realidade. Essa mudança, longe de ser um colapso, representa uma oportunidade para o Brasil e outros mercados emergentes se posicionarem estrategicamente em um mundo multipolar.

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