Trump busca Coca-Cola com açúcar “de verdade”; Brasil pode solucionar problema

Coca-Cola Busca “Refrigerante Patriótico” com Açúcar Americano

A Coca-Cola está buscando criar uma nova versão de seu refrigerante, utilizando açúcar de cana cultivado nos Estados Unidos, sob a influência de propostas de Donald Trump. A ideia é produzir um produto com um sabor mais “americano”, mas enfrenta um obstáculo significativo: a produção interna de cana-de-açúcar nos EUA não é suficiente para atender à demanda do país.

O plano, que parece simples em teoria, bate de frente com a realidade da produção agrícola americana. Os EUA ainda estão debatendo como aumentar sua própria produção de cana-de-açúcar, enquanto o Brasil continua sendo o maior exportador mundial de açúcar, respondendo por cerca de 40% das vendas globais do produto, conforme dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Desafios e Limitações

Se o novo plano da Coca-Cola sair do papel, é provável que a matéria-prima venha do Brasil, devido à sua vasta produção e exportação de açúcar. A empresa admite que está limitada pelo fornecimento de açúcar de cana disponível nos Estados Unidos. O diretor financeiro da Coca-Cola, John Murphy, expressou que a implementação será “comedida” devido à quantidade limitada de açúcar de cana disponível.

Além do açúcar, outro gargalo é a produção de garrafas de vidro, buscando replicar o sucesso da “Coca Mexicana”, que utiliza cana e é vendida em garrafas de vidro, um símbolo de “qualidade superior”. A produção de vidro é um processo diferente do usado em latas e a demanda por garrafas de vidro está em crescimento.

Brasil e o Agronegócio

O Brasil observa o movimento com atenção, pois responde por cerca de 50% das exportações globais de açúcar e possui clima favorável, tecnologia agrícola consolidada e escala industrial. Empresas como Raízen e São Martinho acompanham o movimento, pois um aumento da demanda internacional pode pressionar o preço da commodity e refletir positivamente nas exportadoras brasileiras.

A sobretaxa de 50% ao açúcar brasileiro imposta por Trump é um entrave para que isso se concretize. A Coca-Cola planeja um lançamento em fases, começando por mercados regionais, e só depois, talvez em 2026, expandir a distribuição.

Coca-Cola: Foco em Novas Tendências

Enquanto Trump busca um “refrigerante patriótico”, a Coca-Cola continua a se concentrar em outras estratégias. As vendas de Coca Zero cresceram 14% globalmente no terceiro trimestre, impulsionadas pela busca por consumidores que buscam opções mais saudáveis. A empresa também está expandindo marcas de bebidas mais saudáveis, como Smartwater e BodyArmor.