Trump e Putin não chegaram a um acordo sobre a guerra na Ucrânia; Zelensky participará das negociações

Trump busca demonstrar poder e Putin tenta validar seus resultados da guerra, enquanto Zelensky não deseja perder sua posição nas negociações.

16/08/2025 8:54

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Donald Trump recebeu o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na base conjunta Elmendorf-Richardson, no Alasca, em sua tentativa mais ousada até o momento de finalizar o conflito na Ucrânia. O presidente dos EUA iniciou o encontro com um acolhimento cordial ao líder russo, que não visitava o país há mais de uma década.

O resultado, contudo, ficou além das expectativas. Trump e Putin não anunciaram nenhum cessar-fogo ou avanço concreto. O russo falou em um “entendimento” e alertou a Europa para não atrapalhar o processo. Trump respondeu que “não há acordo até que haja um acordo”.

“Tivemos uma reunião extremamente produtiva e muitos pontos foram acordados”, declarou Trump ao lado de Putin em pronunciamento subsequente ao encontro. “Sobram apenas alguns pontos. Alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais importante, mas temos boas chances de alcançá-lo.”

Por fim, ambos concluíram a reunião sem responder a quaisquer perguntas. Para Trump, a obrigação de selar o acordo pode ser atribuída ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Putin, por sua vez, procurou consolidar os avanços da Rússia em campo de batalha nesse encontro com Trump, e fortalecer a posição de Moscou contra a adesão da Ucrânia à OTAN.

O conflito, que teve início em fevereiro de 2022, já ultrapassa três anos e meio. Kiev persiste, porém, enfrenta desafios em relação ao poderio militar russo.

Nos últimos dias, Moscou intensificou os ataques com drones e mísseis contra regiões como Sumy, Dnipropetrovsk, Donetsk e Chernigov. Essa ofensiva aumentou a pressão por uma solução, mesmo que incerta.

Zelensky surge ao cenário.

Após o encontro no Alasca, Trump conversou por telefone com o presidente da Ucrânia e assegurou que os dois se reunirão em Washington na segunda-feira (18). Trata-se da primeira visita do líder ucraniano aos EUA, ocorrida após a repreensão pública feita por Trump em fevereiro.

Zelenski agradeceu o convite e declarou que a conversa foi “extensa e importante”. Ele afirmou que analisará com o interlocutor americano “todos os aspectos referentes ao encerramento do conflito bélico”. Trump também considerou a viabilidade de organizar uma nova reunião, envolvendo a presença de Putin.

O presidente ucraniano defende a proposta de uma negociação tripartite envolvendo Estados Unidos, Rússia e Ucrânia, avaliando-a como o modelo mais apropriado para discutir os aspectos fundamentais.

Moscou, ainda assim, não confirmou interesse nessa configuração. Yuri Ushakov, assessor de Putin, declarou que o assunto “não foi discutido” nas reuniões no Alasca.

Diplomatas debatem os próximos passos, enquanto os ataques continuam. A Força Aérea Ucraniana comunicou que a Rússia lançou um míssil balístico e 85 drones Shahed durante a noite, sendo 61 deles abatidos. Já o Ministério da Defesa russo afirmou ter interceptado 29 drones ucranianos sobre seu território e o Mar de Azov.

Entre gestos de aproximação diplomática e novas ofensivas no fronteiro, o conflito persiste sem perspectiva de um fim próximo.

Com informações da Associated Press.

Fonte por: Seu Dinheiro

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