Trump e Putin se preparam para discutir um cessar-fogo na guerra na Ucrânia; republicano deseja que Zelensky participe das negociações, embora o acordo cause preocupação em Kiev

O encontro ocorre no contexto do término do período estipulado por Trump para que Putin aceitasse um acordo de fim à guerra.

10/08/2025 18:25

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Trump e Putin se preparam para discutir um cessar-fogo na guerra na Ucrânia; republicano deseja que Zelensky participe das negociações, embora o acordo cause preocupação em Kiev
(Imagem de reprodução da internet).

O Alasca tornou-se um ponto central no cenário geopolítico. Na próxima sexta-feira (15), Donald Trump e Vladimir Putin deverão se reunir para debater um possível cessar-fogo no conflito ucraniano.

O encontro reacendeu a expectativa de uma trégua no conflito, mas também aumentou a tensão em Kiev e entre os aliados europeus: o receio é que um acordo seja firmado sem a participação do presidente Volodymyr Zelensky e, pior, que contenha concessões territoriais à Rússia.

A proposta de uma cúpula trilateral, com Zelensky, está em discussão, contudo, a Casa Branca ainda não divulgou informações sobre o encontro e se o presidente ucraniano participaria das conversas.

Em março de 2021, o Alasca recebeu uma reunião diplomática de alto risco, na qual funcionários do governo do ex-presidente Joe Biden se reuniram com executivos chineses.

As sugestões estão em discussão… resta verificar quem irá concordar.

Apesar da ausência de dados concretos, Trump já declarou que uma solução “poderia envolver a troca de territórios em benefício de ambas as partes”, comentário que provocou reação imediata em Kiev.

O presidente Zelensky declarou no sábado que “o povo ucraniano não dará sua terra ao ocupante”. Ele recordou que a Constituição do país proíbe ceder territórios e alertou que decisões tomadas sem a Ucrânia serem “contra a paz” e inviáveis na prática.

Adicionalmente, o posicionamento de Trump também preocupa Kiev, pois o Kremlin exige que a Ucrânia ceda formalmente as quatro regiões que Putin afirma ter anexado – Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson – além da Crimeia, ocupada em 2014.

A proposta russa também exige que a Ucrânia adote a neutralidade permanente, sem a possibilidade de adesão à OTAN.

A participação de Zelensky nas negociações entre Trump e Putin.

As negociações para o encerramento do conflito ganharam impulso após o encontro do enviado especial de Trump, Steve Witkoff, com Putin em Moscou na última quarta-feira (6).

Com a reunião entre Trump e Putin se aproximando, a presença – ou não – de Zelensky pode se tornar um ponto de tensão.

Enquanto a Casa Branca mantém silêncio sobre a presença do líder ucraniano, Kiev e seus aliados europeus já manifestam críticas à possível exclusão de Zelensky do encontro.

No entanto, fontes do governo norte-americano afirmam que a participação do presidente ucraniano é “absolutamente possível”.

“Todos estão muito otimistas quanto a que isso ocorra”, afirmou uma autoridade dos EUA à CNBC.

Inicialmente, a Casa Branca estabeleceu como condição para o encontro entre Trump e Putin uma reunião entre os dois líderes com Zelensky. No entanto, o republicano depois retirou essa exigência.

Lembre-se que Trump definiu a última sexta-feira (8) como o prazo final para que Putin aceitasse um cessar-fogo. Se o conflito não terminasse, a Rússia sofreria com as tarifas de 100% impostas pelo presidente norteamericano.

O ultimato não intimidou o líder russo, que prossegue com os ataques contra a Ucrânia.

A União Europeia em apoio à Ucrânia.

Na sexta-feira (9), o vice-presidente dos EUA, JD Vance, reuniu-se com o secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, juntamente com representantes da Ucrânia e aliados europeus, em Chevening House, em Londres, para abordar a proposta de paz de Trump.

Líderes da França, Itália, Alemanha, Polônia, Reino Unido, Finlândia e a Comissão Europeia divulgaram um comunicado em apoio à busca por uma solução pacífica e elogiaram a iniciativa.

Contudo, os líderes europeus reiteraram que as fronteiras não poderiam ser modificadas por meio da força, uma vez que isso apenas estimularia a agressão russa. Adicionalmente, declararam que as negociações só seriam viáveis com o estabelecimento de um cessar-fogo ou a diminuição das hostilidades no conflito.

Compartilhamos a convicção de que uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa.

O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, que participou das negociações com líderes europeus e as autoridades norte-americanas, declarou que a Ucrânia estava agradecida pela postura do vice-presidente dos Estados Unidos e por “respeitar todos os pontos de vista”.

Ainda assim, reiterou a posição de Kiev de rejeitar quaisquer concessões territoriais à Rússia. “Um cessar-fogo é necessário, mas a linha de frente não é uma fronteira”, disse Yermak no X (antigo Twitter).

A Europa apresentou uma proposta alternativa, porém sem fornecer informações adicionais.

Através de publicações nas redes sociais, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron discutiram a necessidade de alcançar uma “paz justa e duradoura” na Ucrânia e um “apoio inabalável” a Zelensky.

Macron reiterou a necessidade da presença da Ucrânia em quaisquer negociações. “O futuro da Ucrânia não pode ser decidido sem os ucranianos, que lutam por sua liberdade e segurança há mais de três anos”, escreveu ele no X.

“Os europeus também farão necessariamente parte da solução, pois sua própria segurança está em jogo”, completou.

Fonte por: Seu Dinheiro

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