Trump intensifica guerra comercial com China, acende alerta global
Trump reverte medida e volta a taxar produtos chineses com tarifa de 100%, em retaliação ao endurecimento de Pequim.

Tensões Comerciais Recônditas: Impacto nos Mercados Globais
A recente escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China reacendeu temores de uma guerra comercial mais agressiva. O presidente Donald Trump anunciou a ameaça de tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e a restrição à exportação de “todos os softwares críticos” a partir de 1º de novembro, desencadeando uma forte correção nos mercados globais na última sexta-feira (10). Essa medida, que rompeu um acordo firmado em junho, intensifica a rivalidade estrutural entre as duas maiores economias do mundo, com implicações significativas para cadeias de suprimentos e setores tecnológicos.
Reação dos Mercados e Setores Afetados
A reação dos investidores foi imediata: o S&P 500 caiu 2,7%, o Nasdaq recuou 3,6% e o Dow Jones perdeu quase 880 pontos. As quedas concentraram-se em empresas de semicondutores, montadoras e multinacionais fortemente expostas à China. Em contrapartida, ações de mineradoras americanas de terras raras dispararam, refletindo expectativas de maior intervenção estatal para reduzir a dependência dos EUA nesse insumo estratégico.
A Escalada da Guerra Comercial
A decisão de Trump foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim, que introduziu controles inéditos sobre a exportação de metais de terras raras. A medida expõe um ponto central: o maior risco para os mercados não está necessariamente nas tarifas adicionais em si, mas na imprevisibilidade crescente da política comercial americana. Essa instabilidade já começa a afetar decisões estratégicas de investimento e produção de empresas nos próprios Estados Unidos, aumentando a incerteza operacional e dificultando o planejamento de longo prazo.
Ouro como Refúgio em Tempos de Incerteza
Investidores buscaram proteção em ativos considerados seguros, como ouro e Treasuries, enquanto ações de mineradoras americanas de terras raras mantiveram forte desempenho. Com a suspensão do encontro previamente marcado entre Trump e Xi Jinping, o ouro se consolida como um ativo de proteção em um cenário de instabilidade geopolítica e fragilidades institucionais.
Fatores que Impulsionam o Crescimento do Ouro
A queda das taxas de juros reduz o custo de oportunidade de manter o metal, a inflação persistentemente elevada reforça seu papel como reserva de valor e a desvalorização do dólar amplia sua atratividade internacional. Investidores privados voltaram com força ao mercado: ETFs adicionaram mais de 100 toneladas do metal em setembro, maior volume em mais de três anos. Bancos centrais, especialmente após a invasão da Ucrânia, vêm diversificando reservas e acumulando ouro em barras para se proteger contra riscos geopolíticos e a crescente desconfiança nas instituições americanas sob o governo Trump.