Trump pressiona China a comprar soja americana em negociações de tarifas
Trump pressiona China a comprar soja e mantém boas relações; China reconhece desaceleração econômica.

Trump Avisa China Sobre Soja e Tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, emitiu um aviso à China. Trump afirmou que Pequim precisa retomar a compra de soja, pelo menos nos volumes de antes, e parar de enviar fentanil para os EUA, em meio às negociações bilaterais.
De acordo com a CNN, a China não havia importado soja dos Estados Unidos em setembro deste ano, o primeiro mês desde novembro de 2018 em que os embarques caíram para zero. Além disso, o presidente anunciou uma nova tarifa de 100% sobre importações chinesas, que entrará em vigor em 1 de novembro.
A bordo do Air Force One, Trump manteve “ótima relação com Xi Jinping” e sinalizou a possibilidade de reduzir as tarifas sobre a China, desde que Pequim cumprisse essas condições.
O presidente americano não deseja que o país asiático “jogue o jogo das terras raras conosco”, considerando-os “pedidos muito normais” para a redução de sobretaxas.
A decisão de Trump de impor uma nova tarifa de 100% sobre importações chinesas foi uma resposta ao endurecimento da postura de Pequim, que introduziu controles inéditos sobre a exportação de metais de terras raras.
O presidente acusou a China de explorar seu “monopólio” sobre o setor, responsável por cerca de 60% da mineração e mais de 90% do processamento global de 17 metais essenciais a tecnologias estratégicas, como semicondutores, sistemas de mísseis, smartphones e veículos elétricos.
A China atribuiu a desaceleração do crescimento econômico no terceiro trimestre ao “abuso de tarifas por alguns países”, que, segundo o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), teria desorganizado o comércio global e ampliado as incertezas externas.
O representante reconheceu que o ritmo da atividade perdeu fôlego entre julho e setembro, mas afirmou que a economia chinesa “mantém bases sólidas e ampla resiliência” diante de um cenário internacional adverso e de ajustes internos na estrutura produtiva.
O PIB chinês teve expansão anual de 4,8% no terceiro trimestre deste ano. Analistas consultados pela FactSet esperavam alta de 4,7%. No trimestre anterior, a economia chinesa havia avançado 5,2% no comparativo anual.
O porta-voz destacou que a China segue como “uma das principais fontes estáveis de crescimento global”, ressaltando que a desaceleração é resultado de “problemas do desenvolvimento, não de retrocesso”. Ele acrescentou que Pequim vem enfrentando “pressões externas e desafios domésticos” com medidas de estímulo voltadas à expansão da demanda e à modernização industrial, impulsionadas por setores como inteligência artificial (IA), robótica e energia limpa.
Para o restante do ano, o NBS afirmou que há “condições favoráveis” para o cumprimento das metas de crescimento, sustentadas pela continuidade das políticas fiscais e monetárias expansionistas e pelo avanço das chamadas “novas forças produtivas”. Segundo o porta-voz, Pequim pretende “reforçar o ajuste anticíclico, ampliar a demanda interna e estimular a confiança do mercado”, de modo a assegurar que a economia permaneça estável.
Durante a conversa com jornalistas no avião presidencial, Trump comentou a situação no Oriente Médio, declarando que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas segue em vigor, mas que alguns rebeldes dentro do grupo podem estar por trás de recentes disparos. “Talvez a liderança do Hamas não esteja envolvida nisso, mas, de qualquer forma, lidaremos com isso de forma dura, porém correta”, afirmou.
Trump também comentou a situação econômica da Argentina, dizendo que o país “está morrendo” e que “gostaria de ajudá-los”. Segundo ele, a Argentina é aliada do seu país, mas não está bem financeiramente. O republicano afirmou que Washington está considerando comprar carne da Argentina, ainda que “não se trate de muita coisa”.
Autor(a):
Redação
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