Análise do UBS Sobre o Mercado Brasileiro e Investimentos
O mercado financeiro brasileiro apresenta um cenário promissor, segundo a análise do UBS Global Research. A recente alta do Ibovespa, com um acúmulo de 19,88% em 2025, levanta a questão sobre a sustentabilidade do otimismo dos investidores. Apostar que o movimento é apenas um “voo de galinha” pode ser um erro, conforme a avaliação da instituição.
O relatório divulgado nesta segunda-feira (6) mantém a recomendação de compra para os ativos brasileiros, tanto em ações quanto no real. A instituição destaca o real como a preferência entre as moedas da América Latina, devido à sua desvalorização em relação ao dólar. Atualmente, o real está cotado a R$ 5,33, enquanto a avaliação do UBS é de R$ 5,10.
Um dos principais fatores que impulsionam a valorização do real é o Balanço de Pagamentos (BoP), com o déficit em conta-corrente diminuindo e a perspectiva de aumento do fluxo de capital no país. Além disso, o Brasil se destaca entre os poucos países da América Latina que registram crescimento nos volumes de exportação, com alta de 6% na comparação anual, sinalizando potencial de ganhos estruturais no BoP.
Outro ponto relevante é a presença de terras raras no Brasil, ocupando a terceira maior reserva do mundo. Embora as exportações ainda sejam pequenas, elas estão crescendo rapidamente, o que contribui para a valorização da moeda.
Perspectivas para a Renda Variável e Fixa
Os analistas preveem um desempenho inferior da renda fixa em comparação com a renda variável. Com a queda das taxas de juros, o custo de capital próprio (COE) também fica mais baixo, podendo impulsionar as avaliações e aumentar os fluxos de portfólio para o mercado local.
Recomendações de Ações
Entre os pesos-pesados da bolsa brasileira, o UBS recomenda Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11), devido ao forte rali experimentado pelas instituições financeiras. Já a Petrobras (PETR4) é recomendada com base em fundamentos robustos, forte crescimento de produção e um dividend yield que deve permanecer entre 10% e 12% entre 2025 e 2026.
A Vale (VALE3) recebe avaliação neutra, devido à cautela em relação ao minério de ferro, que vem apresentando queda nos preços. Embora as melhorias operacionais da empresa recompensem a fraqueza da commodity, ela ainda é afetada por provisões relacionadas a eventos passados.
Riscos e Eleições
Apesar dos riscos, a análise do UBS aponta para a possibilidade de um cenário positivo com as eleições de 2026. A troca de poder entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro pode impulsionar os mercados nacionais, especialmente se houver um resultado eleitoral favorável ao mercado e a implementação de reformas estruturais, como um novo teto fiscal e desindexação de benefícios.