UBS vê dólar a R$ 4,50 com Brasil, mas eleições e riscos fiscais alertam

UBS projeta que dólar/real caia para R$ 4,50 com a redução de riscos fiscais no Brasil.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Análise do UBS Sobre o Mercado Brasileiro e Investimentos

O mercado financeiro brasileiro apresenta um cenário promissor, segundo a análise do UBS Global Research. A recente alta do Ibovespa, com um acúmulo de 19,88% em 2025, levanta a questão sobre a sustentabilidade do otimismo dos investidores. Apostar que o movimento é apenas um “voo de galinha” pode ser um erro, conforme a avaliação da instituição.

O relatório divulgado nesta segunda-feira (6) mantém a recomendação de compra para os ativos brasileiros, tanto em ações quanto no real. A instituição destaca o real como a preferência entre as moedas da América Latina, devido à sua desvalorização em relação ao dólar. Atualmente, o real está cotado a R$ 5,33, enquanto a avaliação do UBS é de R$ 5,10.

Um dos principais fatores que impulsionam a valorização do real é o Balanço de Pagamentos (BoP), com o déficit em conta-corrente diminuindo e a perspectiva de aumento do fluxo de capital no país. Além disso, o Brasil se destaca entre os poucos países da América Latina que registram crescimento nos volumes de exportação, com alta de 6% na comparação anual, sinalizando potencial de ganhos estruturais no BoP.

Outro ponto relevante é a presença de terras raras no Brasil, ocupando a terceira maior reserva do mundo. Embora as exportações ainda sejam pequenas, elas estão crescendo rapidamente, o que contribui para a valorização da moeda.

Perspectivas para a Renda Variável e Fixa

Os analistas preveem um desempenho inferior da renda fixa em comparação com a renda variável. Com a queda das taxas de juros, o custo de capital próprio (COE) também fica mais baixo, podendo impulsionar as avaliações e aumentar os fluxos de portfólio para o mercado local.

Recomendações de Ações

Entre os pesos-pesados da bolsa brasileira, o UBS recomenda Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11), devido ao forte rali experimentado pelas instituições financeiras. Já a Petrobras (PETR4) é recomendada com base em fundamentos robustos, forte crescimento de produção e um dividend yield que deve permanecer entre 10% e 12% entre 2025 e 2026.

A Vale (VALE3) recebe avaliação neutra, devido à cautela em relação ao minério de ferro, que vem apresentando queda nos preços. Embora as melhorias operacionais da empresa recompensem a fraqueza da commodity, ela ainda é afetada por provisões relacionadas a eventos passados.

Riscos e Eleições

Apesar dos riscos, a análise do UBS aponta para a possibilidade de um cenário positivo com as eleições de 2026. A troca de poder entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro pode impulsionar os mercados nacionais, especialmente se houver um resultado eleitoral favorável ao mercado e a implementação de reformas estruturais, como um novo teto fiscal e desindexação de benefícios.

Sair da versão mobile