Retomada da Vale: Análise do BTG Pactual
Em março de 2024, a Vale (VALE3) recebeu uma recomendação de compra do BTG Pactual, após uma rebaixada anterior. Essa mudança reflete uma avaliação otimista da empresa, considerando que a Vale superou as turbulências e desafios que a afetavam no ano anterior.
A análise do banco destaca uma série de fatores que contribuíram para essa retomada, incluindo a melhora no desempenho operacional da empresa e a revisão das perspectivas para o minério de ferro.
Fatores que Impulsionaram a Mudança de Recomendação
O BTG Pactual ressaltou a mudança na visão sobre a China como um ponto crucial. Inicialmente considerada uma aposta inviável, a economia chinesa agora apresenta um crescimento projetado em torno de 5%, superior às estimativas anteriores. Essa melhora na perspectiva chinesa, combinada com o domínio do país em terras raras, impulsionou a confiança na Vale.
Revisão das Projeções de Minério de Ferro
A instituição revisou suas expectativas para o preço do minério de ferro, elevando a projeção para até 2027. A previsão agora é de um preço acima de US$ 95 por tonelada, com uma expectativa de US$ 102 por tonelada em 2026. Essa revisão reflete a melhoria no cenário de oferta e demanda, com altas taxas dos altos-fornos e exportações robustas de aço, que compensam a queda nas reservas chinesas.
Novas Metas de Produção e Investimentos
O BTG Pactual também analisou as novas metas de produção e investimentos da Vale. A empresa pretende produzir mais de 330 milhões de toneladas em 2024, com potencial para atingir 350-360 milhões de toneladas até 2027, impulsionado pela instalação de novos britadores no projeto S11D (Carajás).
Além disso, a Vale reduziu seus investimentos de US$ 6,5 bilhões para cerca de US$ 5,5 bilhões, mantendo o escopo dos projetos, indicando uma gestão mais disciplinada.
Conclusão: Potencial de Valorização
Segundo o BTG Pactual, a Vale está recuperando a confiança dos investidores e superando as pendências do passado. A empresa apresenta uma tese micro sólida e um cenário macro melhor do que o esperado. Com uma avaliação de cerca de 4 vezes o valor de mercado sobre o Ebitda, comparado com 5 a 6 vezes para concorrentes, e um potencial de dividendos na faixa de 11% a 12% para 2026, a Vale se mostra uma aposta interessante para os investidores.