Ação da Vale Dispara com Expectativas e Ajustes
A ação da Vale (VALE3) apresentou um desempenho positivo nesta quarta-feira (3), atingindo níveis superiores a R$ 70 pela primeira vez desde fevereiro de 2023. Esse movimento impulsionou o Ibovespa, adicionando R$ 10 bilhões ao valor de mercado da empresa.
O aumento da ação, que representou uma alta de 3,23%, demonstra um otimismo crescente entre os investidores.
Um dos principais fatores que contribuíram para essa valorização foi o Vale Day, realizado no dia anterior. Análises do Bank of America indicam que o mercado interpretou os números como um compromisso da Vale com o crescimento em minério de ferro e cobre, ao mesmo tempo em que a empresa busca otimizar seus custos e investimentos.
A empresa ajustou a meta de produção de minério de ferro para 2026, estabelecendo um intervalo de 335 a 345 milhões de toneladas, em comparação com a faixa anterior de 340 a 360 milhões de toneladas. Essa redução na meta de produção favorece a perspectiva de preços da commodity.
Além disso, a empresa ajustou o custo C1 – da mina ao porto – do minério de ferro, elevando-o para o intervalo entre US$ 20 e US$ 21,5 por tonelada. Os custos de cobre e níquel, por outro lado, apresentaram uma redução. Apesar das projeções permanecerem em linha com as expectativas, a análise do BTG Pactual destaca que, com uma gestão mais limpa, a Vale consegue superar desafios antigos, como questões institucionais, os desastres de Brumadinho e Samarco, e instabilidade operacional, recuperando a confiança dos investidores.
A tese em metais básicos é considerada sólida, e, combinada com fundamentos de minério de ferro mais fortes do que o esperado, a empresa pode oferecer rendimentos de dividendos próximos de 10% a 12% para 2026, mesmo negociando com múltiplos de Ebitda descontados em relação aos pares australianos.
Instituições como o Citi e o BTG Pactual mantiveram a recomendação de compra para a Vale, com preços-alvo em US$ 15 e US$ 14, respectivamente. A ação da Vale é vista como um ativo de renda fixa relacionado ao minério de ferro, com o mercado esperando fortes retornos para os acionistas, impulsionados pelos preços da commodity.