Vendaval em São Paulo: Falhas na Enel e Críticas Políticas
Após um forte vendaval que atingiu a cidade de São Paulo na quarta-feira, 10, com rajadas de até 98 km/h, 2 milhões de imóveis na capital e região metropolitana ficaram sem energia. Até o domingo, 14, a Enel Distribuição São Paulo já havia restabelecido a energia elétrica de 99% dos clientes, porém, 95.117 paulistas ainda estavam sem luz.
A empresa atribui o ocorrido a “danos severos à infraestrutura elétrica”.
O apagão impactou o comércio e os serviços, que teriam perdido, segundo a FecomercioSP, ao menos R$ 1,54 bilhão em faturamento. A Enel mobilizou mais de 1.800 equipes e veículos para atender aos clientes, enquanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) acompanhavam a resposta da concessionária.
A situação gerou pressões políticas, com a Aneel, a Arsesp e até o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fiscalizando o cumprimento do plano de contingência e as providências adotadas. Em 2024, a Arsesp aplicou multas de R$ 165,8 milhões à Enel, um valor 4.116% superior ao registrado em 2019.
Histórico de Falhas e Intervenções
Os problemas no fornecimento da Enel em São Paulo não são recentes. Ao longo de 2025, chuvas intensas deixaram dezenas de milhares de imóveis sem energia em janeiro, fevereiro e março, afetando principalmente as zonas norte e oeste da capital e municípios da região metropolitana.
O tempo médio de atendimento a ocorrências emergenciais da Enel aumentou de 9,13 horas em 2019 para 12,21 horas em 2024.
A Aneel recomendou, em uma auditoria técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), que a empresa avaliasse a possibilidade de intervenção federal, devido ao descumprimento de sete dos onze Planos de Resultados estabelecidos e à baixa efetividade das punições, muitas delas travadas pela judicialização das multas.
